Foto: Roberto Parizotti
Em ato pela redução dos juros, na terça-feira
(19), na Avenida Paulista, em São Paulo, a CUT e as centrais
apontaram que o aumento da Taxa Selic é péssimo para o investimento
na produção e ótimo para especuladores e rentistas.
O Secretário-geral da CUT, Sergio Nobre avaliou que o Brasil vive
um momento em que o emprego e não a chantagem dos bancos deve
ser prioridade. “Quanto maior forem os juros, mais se inibirá o
investimento. Num momento em que precisamos gerar empregos, chega a
ser perversa a transferência de recursos da produção para os
bancos. E assistimos a símbolos da industrialização quebrando no
Brasil”, lamenta o dirigente.
A manifestação organizada na capital paulista ocorre no primeiro
dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central (BC), que irá discutir ajustes da taxa básica de juros, a
Selic.
Durante o ato, que contou com lideranças de todas as demais
centrais sindicais do país, o dirigente lembrou que a classe
trabalhadora organiza uma ampla plenária para o dia 26 de julho,
próxima terça-feira, no bairro da Liberdade, na capital paulista,
para pensar sobre paralisação nacional contra as atuais medidas
recessivas e apresentar calendário de mobilização.
Na ocasião, as centrais sindicais lançarão um documento que
abordará problemas e apresentará propostas para a temas como
reforma da Previdência, crescimento econômico e alternativas a
ações do empresariado que querem flexibilizar direitos da CLT.
Presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo ressaltou que essa
política de juros altos só interessa aos especuladores. “A política
de retrocesso é colocada no ombro dos trabalhadores por este
governo golpista do interino Michel Temer, o mesmo que pretende
liberar a terceirização na atividade-fim, promover reformas na
Previdência e prevalecer o negociado sobre o legislado”, disse.
Direitos afetados
Apenas no ano passado, o gasto com juros ficou em torno de 8% do
PIB, alertou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região e Diretora Executiva da CUT, Juvandia
Moreira. “Esse é valor tirado da saúde, da educação, de
investimentos para gerar emprego e de programas como o Bolsa
Família para dar aos banqueiros. E sabemos como eles agem, já que
em toda campanha salarial da categoria é um sufoco para
conseguirmos um aumento decente”, afirma.
Secretária de Juventude da CUT São Paulo, Cibele Vieira, avalia que
o aumento da taxa de juros em momento nenhum é saudável para a
sociedade e para a classe trabalhadora. “É um sistema que ataca
consumidores, investimento, estrangula a indústria e vai
paralisando a economia, o que afeta também o acesso aos direitos
como um todo”, garantiu.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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