CUT repudia proposta de 80 horas semanais de trabalho

Para Central sugestão do presidente da CNI é uma provocação ao povo brasileiro

Por: Redação CNTTL com CUT
Publicação: 11/07/2016
Imagem de CUT repudia proposta de 80 horas semanais de trabalho

divulgação

A CUT repudia a sugestão do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de ampliação da carga horária de trabalho em até 80 horas semanais e de 12 horas diárias para classe trabalhadora.

A afirmação foi feita durante reunião com o interino golpista Michel Temer e cerca de 100 empresários do Comitê de Líderes da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) realizada na sexta-feira (8).  

Para a CUT, a  afirmação é uma provocação à classe trabalhadora brasileira. “Neste momento em que os trabalhadores buscam diálogo com a classe política, bem como com a classe empresarial, a fim de estabelecer um consenso tripartite, benéfico para todos e sem prejuízo para nenhum dos envolvidos, tal afirmação, que faz lembrar a situação da classe operária do século 19, surge como uma provocação estapafúrdia ao povo brasileiro”, salienta.

A Central reforça que os trabalhadores querem e precisam é andar para frente, não retroceder na história. “Nossa bandeira é pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário”, afirma.

A CUT entende que a proposta da jornada de 80 horas semanais vai na contramão de todos os estudos sobre o trabalho no Brasil. “Pesquisas do Dieese, por exemplo, apontam que a adoção das 40 horas semanais poderá gerar mais de 2 milhões de novos postos de trabalho. Na mesma linha, estudos do Ipea apontam que uma jornada de 12 horas semanais seria suficiente para produzir a mesma riqueza produzida com uma jornada legal de 44 horas”, exemplifica.

Os sindicalistas cutistas também reforçam que essa medida nefasta acarretará em um atraso social, cultural e econômico, submetendo a classe trabalhadora à condições desumanas afetando saúde qualidade de vida; possibilidade de escolaridade e conhecimento;  e redução do tempo de vida social e cultural.

“Acreditamos que a redução da jornada de trabalho sem redução de salário é um meio indispensável para ampliar a oferta de emprego, na medida em que os ganhos de produtividade - fruto do desenvolvimento tecnológico e de formas mais avançadas de gerenciamento - requerem essa mudança. Qualquer medida contrária só ampliará a precarização e retirará direitos consagrados pela luta histórica da classe trabalhadora”.  

Mobilização

Por fim, a CUT e as centrais alertam a classe trabalhadora e o conjunto do povo brasileiro para que se mantenham vigilantes e mobilizados para a luta contra o retrocesso neoliberal. “Estamos vivendo um momento marcado por uma brutal ofensiva dos capitalistas contra o Direito do Trabalho, a democracia e a soberania nacional”, finaliza.



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