Paulo Pinto
Durante intervenção no 1º de Maio da
CUT, o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, convocou
para 10 de maio um Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa
de Direitos. A ideia é unificar os trabalhadores dos setores
público e privado para derrubar o impeachment.
“Resistência se faz com luta e vamos paralisar fábricas, escolas,
retardar atendimento onde for possível, na guerra junto com
estudantes, com toda a sociedade”, alertou Vagner.
O dirigente voltou a apontar que a CUT não reconhecerá o governo do
atual vice-presidente Michel Temer (PMDB), caso o golpe triunfe,
porque não representa a vontade popular. Para exemplificar, citou a
pesquisa da Central que aponta o repúdio da sociedade ao processo.
“Na pesquisa que fizemos, o Temer só tem 1% de aceitação, ou seja,
o povo não o quer no poder.”
Vagner alertou ainda aqueles que acreditam no discurso de que o
impeachment resolve o problema do Brasil. “Os golpistas estão
vendendo a ideia de que fazendo o impeachment, no dia seguinte, a
economia crescerá 10%, um milhão de empregos serão gerados e o
Brasil sairá da crise, mas o impeachment aprofundará a crise”,
disse, ao reforçar que um possível golpe acirrará a disputa das
ruas para que Dilma possa governar até 2018, conforme determina a
eleição.
Uma luta que, segundo ele, não é um cheque em branco e virá
acompanhada de cobranças por avanços para a classe
trabalhadora.
“Não haverá paz, porque lutaremos pela democracia. Eles são
usurpadores da democracia, não nós. Nós estamos do lado certo da
história, entendendo que o mandato da Dilma deve ser respeitado
para que ela possa fazer um restante de mandato que atenda a todos
os interesses da classe trabalhadora.”
Por trás do golpe
Secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio,
ressaltou que, apesar de a entidade não apoiar o governo, se
associou aos movimentos sindical e sociais porque enxerga no
impeachment um golpe, sobretudo, contra a democracia, a classe
trabalhadora, as mulheres, os negros, a comunidade LGBT e os
setores mais pobres da sociedade brasileira.
Ele falou ainda sobre os articuladores
do golpe que não vêm a público, mas patrocinam e articulam, como o
presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo), Paulo Skaf.
“O Skaf vive dizendo que não quer pagar o pato, mas tem que pagar
impostos sobre suas fortunas, jatinhos e helicópteros. Denunciar o
dono do Itaú, seu (Roberto) Setúbal, que veio a público defender o
golpe, mas não tem vergonha de cobrar 600% de juros da população
endividada desse país.”
Para ele, o momento é de ampliar a conscientização. “A partir de
agora temos que dialogar com quem está capturado pela manipulação
da mídia, que está envenenada com a campanha orquestrada da Rede
Globo. Vamos ocupar o país, derrotar o golpe e defender os
interesses da nossa classe.”
Plebiscito
Presidente da CTB, Adilson
Araújo, comparou os golpistas aos escolhidos para cargos biônicos,
como senadores, governadores e prefeitos que não passavam por
eleições. E sugeriu a realização de plebiscito para decidir sobre
os rumos do governo.
“Em 2012, ao ganharmos as eleições, experimentamos o gosto de fazer
politica. De olhar para o nordestino, para o povo pobre, para a
periferia. Com foi bom ver nosso povo andar de avião, dar rolezinho
no shopping e aí começamos a incomodar. Eu não votei no (Eduardo)
Cunha, eu não votei no Temer e acho que o recado está dado. O
plebiscito pode ser sim uma possibilidade de tirar o governo
biônico e ilegítimo.”
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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