Dirigentes na Oficina de Planejamento da FENTAC - foto: Nayara Striani/Mídia Consulte
A Direção da FENTAC/CUT aprovou em
Oficina de Planejamento, que terminou na quinta-feira (28) em São
Paulo, as principais bandeiras de lutas dos aeroportuários,
aeronautas e aeroviários para o próximo período.
A Federação representa cerca de 126 mil profissionais nestes
setores em todo o país. A atividade começou na quarta (26) e reuniu
dirigentes dos sindicatos regionais de aeroviários de Campinas,
Guarulhos, Recife, Porto Alegre e dos Sindicatos de base Nacional
dos Aeroviários, Aeronautas e Aeroportuários.
Segundo o presidente da FENTAC, o aeronauta, Sergio Dias, o Brasil
vive um momento político difícil e a possibilidade de mudança de
governo gera uma preocupação por parte dos trabalhadores e isso
exigirá a unidade de todos os sindicatos filiados para enfrentar
essa conjuntura. “Não aceitaremos qualquer tipo de ataque aos
direitos dos empresários ou de partidos reacionários no Congresso
Nacional”, explica Dias.
Combate à terceirização
Durante a Oficina, dirigentes definiram como principais lutas o
enfrentamento às terceirizações na mão de obra, que atingem
principalmente os aeroviários nas empresas auxiliares. “Tiramos
como meta impedir que as companhias aéreas façam novas
terceirizações, bem como exigiremos que as terceirizadas cumpram a
regulamentação profissional do aeroviário e os direitos
trabalhistas e sociais assegurados nas nossas Convenções Coletivas
de Trabalho (CCT) e o mais importante: reconheçam os sindicatos
legítimos representantes dos trabalhadores”, enfatiza, Nilton Mota,
diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) e da
Federação.
O dirigente de Porto Seguro explicou que a terceirização é
prejudicial aos trabalhadores porque explora a mão de obra, as
empresas fecham e não pagam ninguém e ainda e mais preocupante
coloca em risco a segurança das pessoas que voam nas aeronaves.
A FENTAC, em parceria com Centro de Estudos Sindicais e Economia do
Trabalho (Cesit/Unicamp), está fazendo uma pesquisa para mostrar
qual é o perfil do trabalhador aeroviário terceirizado no Brasil
“Esperamos que esse estudo contribua na nossa ação sindical no
sentido de diminuir a terceirização na aviação”, explica Mota,
Não à privatização dos
Aeroportos
O
combate à privatização dos aeroportos públicos para a iniciativa
privada – as chamadas concessões – é outra bandeira de luta
da FENTAC.
Já foram anunciados pelo governo federal para concessão neste
ano os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e
Florianópolis. Hoje estão sob esse regime os aeroportos de
Guarulhos, Campinas, Brasília, Natal (São Gonçalo do
Amarante), Galeão (no Rio) e Confins (em BH).
Essas
novas concessões preveem uma redução da participação no capital
desses aeroportos da Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero). “Não concordamos com esse desmonte
do governo federal, porque nossos aeroportos são estratégicos para
o desenvolvimento do país. Nossa luta é exigir a preservação do
nível de empregos, os direitos e a remuneração dos aeroportuários”,
explica Ademir Lima de Oliveira, diretor do Sindicato Nacional dos
Aeroportuários (Sina).
O
Sindicato representa cerca
de 17 mil aeroportuários, que atuam na Infraero (12 mil) e nas
concessionárias privadas (5 mil).
Aumento do capital
estrangeiro
Os dirigentes também manifestaram preocupação com a Medida
Provisória, anunciada pela presidenta Dilma em 2 de março, que
eleva de 20% para 49% a soma máxima de ações em poder de
estrangeiros do capital com direito a voto nas companhias aéreas
brasileiras.
Além disso, a MP permite a compra integral (100%) de uma companhia
nacional por estrangeiros em caso de haver um acordo de
reciprocidade entre os países. “Nossa preocupação é que essa MP
abre a possibilidade de uma migração de empregos do Brasil para
outros países e isso nós não concordamos. Para a FENTAC, é
importante dar salvaguardas (garantias) aos tripulantes para evitar
a precarização das condições de trabalho da categoria,
mantendo o nível dos postos de trabalho e dos direitos conquistados
nas nossas Convenções Coletivas de Trabalho”, destaca o aeronauta,
Sergio Dias.
O Plano de Lutas e Ações da FENTAC será colocado em prática até o final do mandato da atual Diretoria, que termina em 2017.
Foto: Nayara Striani/Mídia Consulte
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