divulgação
Em discurso de abertura
do ano de trabalho do Congresso Nacional, a presidenta Dilma
Rousseff citou que deve encampar uma reforma na Previdência
Social.
A medida, se trouxer retrocessos como aumento da idade para a
aposentadoria ou equiparação entre homens e mulheres do tempo de
vida mínimo exigido para obter o benefício, será duramente
combatida pela CUT.
Durante encontro dos secretários da Executiva Nacional da CUT nesta
terça-feira (2), em São Paulo, o presidente da Central reforçou que
a classe trabalhadora não aceitará uma reforma pensada pura e
simplesmente para agradar o mercado.
“Propor algo assim é não se preocupar com as características do
trabalhador brasileiro, que ingressa cedo na vida profissional, aos
14, 15 anos de idade. Se estabelecer a aposentadoria apenas por
idade, vai fazer com que essas pessoas, justamente as mais pobres e
que convivem com as piores condições de trabalho, precisem estar
nas empresas durante 50 anos para obter esse direito. Não
concordamos com essa reforma em hipótese alguma”, disse.
Vagner também cobrou que a discussão seja levada para o Fórum de
Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência
Social, espaço criado exatamente para tratar de questões como
essa.
“O governo tem que trazer suas propostas é para esse espaço, se
não, qual a utilidade desse ambiente, se não é para debater com a
sociedade? Lá também vamos levar nossas ideias, porque também
queremos reformar, mas com a implementação de mecanismos que peguem
os sonegadores e fortaleçam a Seguridade Social no Brasil, que não
é deficitária, e engloba a Previdência (leia mais ao final do
texto)”, falou.
Crédito não pode estar isolado
O dirigente falou ainda das medidas anunciadas em janeiro e que
liberam R$ 83 bilhões para economia. No pacote estão pontos como
uma linha de refinanciamento do Finame (Programa de Financiamento
de Máquinas e Equipamentos) e do PSI (Programa de Sustentação de
Investimentos) que, juntos, contarão com R$ 32 bilhões.
Ele elogiou esta mudança de rumo do governo, mas disse que a ação
não pode estar isolada e deve obedecer a critérios como baixa taxa
de juros e tempo limitado de execução.
“Com Levy (Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda) isso não
aconteceria, porque ele acredita em arrocho, cortes e recessão.
Achamos que a medida é boa, mas tem de vir acompanhada de outras
mudanças para que a economia responda, como a diminuição da taxa
Selic e programas de geração de emprego e renda, a médio e curto
prazo. Projetos que sinalizem uma perspectiva de retomada do
desenvolvimento, como foi o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC)”, falou.
Citado por Vagner, o especialista em dívidas públicas Amir Khair
também defende que os R$ 17 bi para o consignado é um valor pouco
expressivo e representam 1,7% do consumo das famílias e 2,5% do
total de volume de crédito na economia para o segmento
empresarial.
Além disso, disse o dirigente, é preciso que a proposta dure no
máximo dois anos e a taxa de juros seja abaixo de 3,5%. De acordo
com dados apresentados pela diretora Executiva da CUT, Juvândia
Moreira Leite, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região, a taxa de juros média do setor público é de
1,9%, contra 3,5% no setor privado.
Caso o patamar fique alto, não resolve o endividamento da classe
trabalhadora, porque não permite trocar uma dívida por outra com
taxas mais baixas e não libera mais recurso para que o trabalhador
possa adquirir novos bens, por exemplo.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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