Paralisação no Aeroporto de Brasília - JK Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Os aeronautas e os aeroviários de Guarulhos, Campinas, Recife, Porto Alegre e nas bases do Sindicato Nacional dos Aeroviários, representados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC), decidiram em assembleias realizadas nesta quarta-feira (3), suspender a paralisação nos aeroportos até a próxima quarta-feira (10), depois do Carnaval.
As categorias vão aguardar a construção de uma proposta de reajuste econômico que foi sinalizada pela assessoria do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pela Procuradoria Geral do Trabalho. A proposta deverá ser apresentada ainda essa semana em audiência de mediação no Tribunal, em Brasília, que reunirá representantes das empresas aéreas.
Caso essa proposta não seja apresentada ou seja insuficiente, os sindicatos filiados dos aeroviários e aeronautas realizarão assembleias na quinta-feira (11) que poderão decidir pela retomada da paralisação nacional por tempo indeterminado.
O TST e a Procuradoria Geral do Trabalho alertaram que caso paralisações aconteçam no período do Carnaval, o movimento será considerado abusivo. “Vamos aguardar esse prazo solicitado pela Justiça. É um exercício de paciência que faremos, no entanto, se a resposta não atender aos anseios das categorias, os aeroviários e aeronautas mostrarão novamente a que vieram", alerta o presidente da FENTAC/CUT, Sergio Dias.
O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o comandante Rodrigo Spader, disse que a expectativa é que as empresas se sensibilizem. “Esperamos que a proposta do TST seja favorável à categoria para que não tenhamos a necessidade de seguir com a greve”, ressalta Spader.
11% retroativo à data-base
As categorias reivindicam a aplicação do reajuste de 11% nos salários e benefícios retroativo à data-base (que venceu em 1º de dezembro), que fará a recomposição das perdas inflacionárias.
Paralisação
Os aeronautas e aeroviários realizaram nesta quarta-feira (3) uma Paralisação Nacional parcial, das 6h às 8h da manhã, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Viracopos, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.O movimento contou com grande adesão dos tripulantes e aeroviários.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a estimativa é de que, em um universo de 3.060 voos em todos o país, cerca de 200 tenham sido afetados com a paralisação. Ou seja, menos de 10% do total de voos. "O nosso movimento cumpriu as determinações exigidas e chamamos a atenção para essa desvalorização da nossa profissão”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Adriano Castanho.
“Lamentamos ter que fazer uma greve apenas para conseguir a reposição da inflação e ressaltamos nossa preocupação com os passageiros e com a sociedade. Por isso mesmo, a paralisação foi parcial”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Rodrigo Spader.
Perfil
Estão em Campanha Salarial na base da FENTAC/CUT cerca 70 mil trabalhadores na aviação civil regular: aeroviários (que trabalham em solo do aeroporto: agente de check-in/atendimento, auxiliar de serviços gerais, mecânicos de aeronaves, agente de proteção/bagagem, operador de equipamentos, entre outros) e aeronautas (que trabalham dentro da aeronave: comandantes – pilotos, co-pilotos - comissários e comissárias de voo, entre outros).
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