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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel
Rossetto, afirma que o governo federal tem mostrado grande
preocupação com o Projeto de Lei 4330/04, que libera a
terceirização para todas as atividades de uma empresa – considerado
um retrocesso por parte das centrais sindicais, como a CUT, e
movimentos sociais.
Para ele, se é importante regulamentar a vida de 12,7 milhões de
trabalhadores terceirizados, também é verdade que não se pode
estender esta relação para toda sociedade. “Isso significa quebrar
relações de trabalho e romper com contratos coletivos, desorganizar
os trabalhadores e, consequentemente, perder salários”.
O ministro destacou que o governo tem interesse em construir uma
agenda para o futuro, não do passado. “Essa é uma agenda da década
de 1930. A orientação da presidenta Dilma Rousseff nesse momento é
que todos nós possamos colaborar com esse debate no Senado para
evitarmos essa situação que é muito ruim para a sociedade”,
destaca.
Redução da
maioridade
O ministro também se posicionou contrário à Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 171/93, que propõe a redução da maioridade
penal de 18 para 16 anos. “Existem leis e normas hoje que já punem
os menores infratores e tem o ECA [Estatuto da Criança e do
Adolescente], um exemplo de direito alcançado que reconhece o grau
de desenvolvimento da nossa juventude. Somos contra a redução”.
Ele pontua que não é aceitável fazer com que um jovem de 16 ou 17
anos vá para uma prisão. “Isso deseduca e não forma. Os adultos que
aliciam a nossa juventude é que precisam ser punidos. Devemos
proteger nossos jovens e nossas crianças, criarmos as oportunidades
necessárias. Esse é um tema que a sociedade deve participar
ativamente.”
Indígenas e
quilombolas
Rossetto afirmou ainda ser contra a PEC 215, de 2000, que pretende
levar ao Legislativo a aprovação de demarcações de terras indígenas
e quilombolas, atribuição hoje do Executivo.
Questionado se esta é uma medida que favorecerá o agronegócio,
reforçou que é preciso respeitar a Carta Magna – os artigos 231 e
232 da Constituição regulamentam as demarcações dos povos
tradicionais. “A PEC significa acabar com as terras dos povos
indígenas. Temos uma opinião contrária a isso”, resume.
Mudanças
estruturais
Já sobre a reforma política, o ministro explicou que esta precisa
ser democrática. “Ela deve aproximar o povo à representação
política. Infelizmente, o que estamos acompanhando é que cada vez
mais o espaço da política é para os mais ricos”, opina.
Para o ministro, o financiamento empresarial de campanha eleitoral
e a crescente participação dos empresários têm estimulado a
corrupção no Brasil. “Ainda têm afastado as lideranças populares e
a sociedade da representação política. Temos que interromper isso.
A democracia que nós queremos tem que ser financiada pelo cidadão e
pela cidadã que, voluntariamente, farão a doação aos seus partidos
e candidatos. E o Estado contribuirá com fundos públicos
controlados. Esse é o grande divisor da democracia no Brasil.”,
ressalta.
Da CUT
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