Roberto Parizotti
O Coletivo Nacional de Juventude da CUT se reuniu na segunda-feira (11) para debater a conjuntura política brasileira. O encontro ocorreu em São Paulo e foi contornado por críticas ao governo e ao avanço da direita, que prejudicará a juventude, caso consiga aprovar as MPs 664, o PL 4330 e a redução da maioridade penal. O encontro do coletivo termina nesta quarta-feira (13).
A mesa de abertura, mediada pelo secretário de Juventude da CUT, Alfredo Santos Jr, foi composta pelo secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre; Laryssa Sampaio, do Levante Popular da Juventude; e Raul Amorim, da Juventude do MST.
Responsável pela fala de abertura do encontro, Sérgio Nobre ponderou o papel da mídia no cenário de “pós-guerra” que se desenhou do na política do País. “Se a gente olhar o que está acontecendo no mundo, vamos que nosso cenário econômico do mundo, vamos perceber que nosso problema não é tão grave. A Petrobrás, por exemplo, é uma vítima dessa estratégia da imprensa, de aterrorizar a população e que paralisou artificialmente a Petrobrás.”
Diante de secretários estaduais da Juventude da CUT, os convidados mostraram sintonia e consenso sobre o prejuízo que pode causar aos jovens brasileiros a aprovação das MPs 664 e 665, além do PL 4330. Os dois últimos já passaram na Câmara e agora tramitam no Senado.
“Durante as eleições de Dilma, estávamos muito felizes, porque ela falou de criminalização de homofobia, falou do extermínio da juventude negra, mas, hoje, pouco mais de cinco meses depois, estamos falando em resistir. Estamos tentando negociar para não perder”, criticou Alfredo.
Para Raul Amorim, a imposição da agenda da direita pode forçar uma reflexão dos movimentos sindical e sociais. “A esquerda passa por uma crise ética, pela primeira vez, acredito eu. Não resta dúvidas, neste momento de contexto difícil para as organizações de esquerda, de que temos que fazer uma reflexão e caminhar ao lado dos trabalhadores e jovens contra essas MPs, o PL 4330 e a redução da maioridade penal.”
Na mesma linha, pedindo reflexão da esquerda e unidade, Laryssa ressaltou a importância de parcerias como as protagonizadas por CUT e Levante Popular da Juventude.
“Temos feito atos constantes com a CUT, são nossos aliados prioritários para chegar aos trabalhadores. As medidas antipopulares do governo não podem destruir a unidade que se construiu na esquerda durante as eleições”, ponderou Laryssa, que enumerou outros assuntos que “deveriam pautar a juventude neste momento”. “A redução da maioridade penal não pode passar, e a Constituinte pela Reforma Política é necessária, assim como a luta contra a privatização da Petrobrás, isso deve estar em nosso horizonte.”
Alfredo insistiu que o momento é de questionar e lutar. “Não podemos nos preocupar em manter a base próxima do governo, o governo que deve se preocupar em manter essa base próxima e isso não vai acontecer atacando os direitos dos trabalhadores.”
Dia Nacional de Paralisação
Convocado pela CUT, outras centrais sindicais e movimentos sociais para dia 29 de maio, o Dia Nacional de Paralisação mostrará que a esquerda está unida em uma pauta unificada. “Nossa juventude não pode ser burocrata e nem uma juventude de gabinete. Somos uma juventude que quer mudança e luta por ela na rua, ao lado dos trabalhadores”, afirmou Raul.
Sobre o dia 29, Laryssa e Raul reafirmaram o compromisso com os atos marcados para a data. “Estaremos nas ruas, só assim podemos mudar esse modelo de sociedade”, explicou o líder da Juventude do MST. “Estaremos com ações em diversos estados”, apontou a representante do Levante Popular da Juventude.
Da CUT
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