Luiz Carvalho
As respostas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais para o
mais recente ataque do Congresso Nacional aos direitos trabalhistas
começam no próximo dia 15 de abril.
Em dia nacional de paralisação, CUT, CTB e as principais sindicais
brasileiras se unirão a parceiros dos movimentos sociais como o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto) e Fora do Eixo-Mídia Ninja para cobrar a
retirada do Projeto de Lei 4330.
O texto não melhora as condições dos cerca de 12,7 milhões de
terceirizados (26,8% do mercado de trabalho) e ainda amplia a
possibilidade de estender esse modelo para a atividade-fim, a
principal da empresa, o que é proibido no Brasil. Fragmenta também
a representação sindical e legaliza a diferença de tratamento e
direitos entre contratados diretos e terceirizados.
Contra a direita
Além de orientar os sindicatos de base para que cruzem os braços
contra o projeto de terceirização sem limites, no próximo dia 15, a
CUT também fará atividades diante de federações da indústria e
integrará os atos por direitos e contra a direita.
Em São Paulo, a mobilização que reunirá também MTST e parceiros do
movimento sindical acontece às 17h, no Largo da Batata.
Presidente nacional da Central, Vagner Freitas, apontou que a luta
contra o PL 4330 é o combate mais importante da atual conjuntura
porque assola os direitos dos trabalhadores.
“Mesmo após o enfrentamento ao Congresso conservador e a
truculência da polícia que agrediu nossos militantes, nossa luta
vai se intensificar. Vamos cruzar os braços e faremos questão de ir
de estado em estado para denunciar os deputados que votarem a favor
do projeto para que o povo brasileiro não reeleja os traidores da
classe trabalhadora”, disse.
Terceirização em
números
Como parte da estratégia de luta contra a ampliação da
terceirização, a CUT lançou em março deste ano o
dossiê“Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não
fecha” que comprova: esse modelo de contratação só é bom para
quem vê na degradação das condições de trabalho uma forma de
lucro.
Segundo o documento, em dezembro de 2013, os trabalhadores
terceirizados recebiam 24,7% a menos do que os contratados diretos,
realizavam uma jornada semanal de 3 horas a mais e eram as maiores
vítimas de acidentes de trabalho: no setor elétrico, segundo
levantamento da Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Coge),
morreram 3,4 vezes mais terceirizados do que os efetivos nas
distribuidoras, geradoras e transmissoras da área de energia
elétrica.
Ainda segundo o pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e
Economia do Trabalho (Cesit), da Unicamp, Vitor Filgueiras, “dos 10
maiores resgates de trabalhadores em condições análogas à de
escravos no Brasil, entre 2010 e 2013, em 90% dos flagrantes, os
trabalhadores vitimados eram
terceirizados.”
Da CUT
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