Operação Lava Jato: esquema de propina é desbaratado e gera 1000 demissões

Contratos fraudulentos começam a ser rescindidos pela Petrobras, que deve fazer novas licitações


Publicação: 19/11/2014
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Foto: montagem Brasil 247

As investigações da Operação Lava Jato, que desbarata um esquema de propina em contratos da Petrobras, envolvendo políticos e grandes empreiteiros, já começa a provocar efeitos na economia real. Com os depoimentos dos delatores e, consequentemente, do maior conhecimento do caso pela Justiça Federal do Paraná, contratos fraudulentos começam a ser rescindidos pela estatal, que deve fazer novas licitações.

No Rio Grande do Sul, um primeiro efeito na pele dos trabalhadores: a Iesa Óleo e Gás, uma das empresas investigadas na Operação da Polícia Federal, pretende demitir na segunda-feira os mil funcionários que possui em sua unidade do município de Charqueadas, que monta módulos de plataforma de petróleo. A companhia passa por crise financeira depois do fim de um acordo de R$ 800 milhões com a Petrobras e teve executivos presos na última sexta-feira 14, dia da deflagração da Lava Jato, e precisa cortar custos.

Mais demissões podem atingir a Ecovix, empresa controlada pela Engevix, outro alvo da Lava Jato. Fabricante de cascos de plataformas para a estatal, a companhia vem tendo dificuldades para receber pagamentos e também já fala em redução de custos. Para isso, teria de cortar 40% da força de trabalho composta por 9,5 mil trabalhadores até o início de dezembro. Ela, porém, nega as demissões, segundo reportagem do jornal Zero Hora. O sindicato da categoria se mobiliza para tentar evitar que o escândalo se estenda para o principal polo naval do estado.

Uma comitiva de Charqueadas e prefeitos de municípios próximos se reuniram ontem com o vice-presidente da República, Michel Temer, em busca de uma solução para as demissões da Iesa. O receio é de que os trabalhadores sejam demitidos sem receber a verba rescisória, uma vez que, se a Petrobras não bancar, a Iesa não teria condições para isso. Na manhã desta quarta-feira 19, um grupo de funcionários foi ao Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueada pedir o apoio da entidade para o pagamento dos direitos trabalhistas.

"O que a gente esperava é que ia ter um desfecho negativo, mas sempre com a esperança de que a gente pudesse reverter esse quadro. Agora não. As demissões estão a caminho e a gente está pedindo uma solução rápida do governo federal, através da Petrobras ou do BNDES para que a gente possa achar uma solução", afirmou o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza (PDT). "Estamos tentando uma alternativa para que os módulos sejam produzidos por outra empresa em Charqueadas e que não vá tudo para a China", acrescentou.

Com informações do Brasil 247 

 



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