Contra o retrocesso tucano, CUT e sindicatos fazem ato em Brasília

A atividade aconteceu na segunda-feira (20) e reuniu centenas de trabalhadores e militantes


Publicação: 23/10/2014
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Foto: divulgação

Na reta final da eleição para a Presidência do Brasil, a classe trabalhadora unifica a luta contra possíveis retrocessos e pauta debates que abordam os riscos dos projetos tucanos. Na segunda-feira (20), em Brasília, centenas de trabalhadores dos setores público e privado e militantes dos movimentos sociais se concentraram na Praça do Cebolão, no SBS, para defender as empresas estatais e os serviços públicos.

Durante o ato, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, lembrou que, nos próximos quatro anos, a classe trabalhadora terá que enfrentar a bancada mais conservadora do Congresso Nacional desde a ditadura, e que isso pode ser ainda mais árduo, caso Aécio Neves vença as eleições para presidente. “A partir do ano que vem, a classe trabalhadora terá que se preparar para uma grande batalha contra os ladrões de direitos dos trabalhadores que se multiplicaram no Congresso. Nossa luta será dura, independente de quem seja eleito para presidente. Mas o motivo mais importante de apoiarmos este ato é a possibilidade de retrocesso com a eleição do tucano Aécio Neves e seu projeto para ferrar a classe trabalhadora”, afirma.

Estado Mínimo, privatizações e desemprego

Nos oito anos do governo do PSDB, de 1995 a 1 de janeiro de 2003, Fernando Henrique Cardoso atacou fortemente os órgãos públicos e as empresas estatais. Isso porque o projeto dos tucanos defende o Estado Mínimo, que significa promover a privatização dos órgãos e serviços públicos, concentrar a renda e arrochar os salários em detrimento da promoção de políticas sociais, da geração de emprego, do investimento em saúde, educação e segurança pública, direitos constitucionais.

“As estatais são empresas do povo, pois têm como maior acionista a União. Logo, os interesses prioritários são os da sociedade”, justifica o secretário de Organização da CUT Nacional, Jacy Afonso.

O dirigente do Sindsep-DF, sindicato que representa os servidores públicos federais no DF, Oton Pereira, conta que parte dos servidores públicos já viveu a realidade do governo de FHC, mas a maioria, cerca de 230 mil, foi empossada no governo Lula/Dilma e “não sabe o que significa o governo tucano, com reajuste zero, política de abono e eliminação de concursos”.

“A vitória de Aécio Neves para o serviço público representa o retrocesso. Aécio Neves trabalha com a lógica do congelamento salarial, da suspensão dos concursos públicos, da extinção de 19 ministérios. Para onde irão estes servidores? Temos sim que ser independentes de qualquer governo, mas nossa responsabilidade é de eleger aquele que nos dá a oportunidade de dialogar, de avançar”, a firma Oton.

Prejuízos nas telecomunicações 

Um dos setores privatizados na era FHC foi o da telecomunicação. Sob a falsa alegação de que a capacidade de investimento do setor privado é maior e por isso pode promover melhor serviço à sociedade, este setor foi entregue à iniciativa privada e, nos dias de hoje, apresenta realidades controversas às justificativas tucanas. A verdade é que, visando ao lucro, o investimento pesado no setor de telecomunicações se concentra nos grandes centros, excluindo os pequenos povoados e cidades do interior.

“Acredito que seria muito melhor para os trabalhadores e para os usuários ter este setor estatal, pois quando uma empresa é estatal, além da qualidade, também se tem o cunho social. Na cidade onde eu nasci, Itarana (ES), que tem apenas 15 mil habitantes, poderia ter sinal de celular igual aos das grandes capitais. Acho até que se Itarana já não tivesse instalado rede telefônica antes da privatização, hoje nós não teríamos nem banda larga nem telefone fixo”, conta o dirigente do Sinttel-DF, sindicato que representa os trabalhadores do setor de telecomunicação, Geraldo Coan.

Com a privatização do setor das telecomunicações, os trabalhadores também foram sacrificados. Coan conta que, logo após a privatização do setor de telecomunicação, mais de 80 mil trabalhadores perderam o emprego. Depois disso, veio a terceirização, que tirou aproximadamente mais de 30 mil empregos diretos. “Com as subcontratações, hoje tem gente da área de telecomunicação ganhando em torno de um salário mínimo, trabalhando de domingo a domingo sem ter descanso”, diz o dirigente.

A Petrobras é nossa

Presente no ato dessa segunda-feira, o secretário da Federação Única dos Petroleiros – FUP, João Moraes, lembrou que nessas eleições, um dos temas mais abordados pelo PSDB é o suposto caso de corrupção dentro da Petrobras. Segundo ele, o objetivo dos ataques do PSDB e da mídia comercial não é corrigir o que pode estar errado, mas atacar e desmoralizar a empresa para entregar a reserva do pré-sal e privatizar a Petrobras.

“O que eles (os tucanos) promoveram no governo FHC foi o esvaziamento das estatais, a privatização de boa parte delas. Na Petrobras, por exemplo, eles venderam 36% da empresa e promoveram um verdadeiro sucateamento da empresa, o que gerou grandes acidentes, como a poluição do Rio Iguaçu, no Paraná, a Baía da Guanabara, o afundamento da P-36, que levou junto para o fundo do mar 11 trabalhadores petroleiros. Isso mudou totalmente a partir de 2003, quando o presidente Lula assumiu. Ele retomou os investimentos que, em 2006, possibilitou que o Brasil confirmasse a existência de uma imensa reversa petrolífera proveniente do pré-sal, através da perfuração de um campo que custou à Petrobras mais de U$ 200 milhões, investimento que a Petrobras dos tucanos não faria e empresa privada nenhuma faria. Houve um grande avanço também no quadro de trabalhadores: saímos de pouco mais de 30 mil em 2002 e chegamos em 2014 com mais de 80 mil”, explica João Moraes.

Ataque ao BB, BNDES e Caixa

Os bancos que se mantiveram públicos, graças à pressão dos trabalhadores e entidades sindicais, também são alvos da privatização, caso vingue o projeto de governo do PSDB. Com isso, os juros menores, o financiamento a micro e pequenos empresários e o crédito produtivo seriam vistos apenas pelo retrovisor.

“Nos governos Lula/Dilma, o sistema financeiro continuou ganhando muito dinheiro, mas os trabalhadores avançaram e conseguiram reduzir a taxa de juros, o desemprego, aumentar os salários com ganhos reais. Em 2008, nós tivemos a maior crise financeira da história. E foi nesta crise que os bancos públicos foram utilizados para colocar o crédito na praça, para segurar os juros. Então, caso não houvesse bancos públicos nessa crise que nós estamos passando, nós estaríamos vivendo uma recessão no Brasil”, avalia o dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rafael Zanon.

O ato em defesa das empresas estatais e dos serviços públicos foi finalizado com a soltura de balões vermelhos, verdes e amarelos, que coloriram o céu de Brasília e representaram a disposição da classe trabalhadora em defender o projeto voltado para o avanço das políticas de interesse da classe trabalhadora.

Com informações da CUT/DF 



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