Os milhares de trabalhadores e trabalhadoras que foram nesta quarta-feira (22) a Brasília reivindicar a reconstrução de direitos perdidos pelos brasileiros nos últimos anos, assim como a manutenção e melhoria de políticas públicas, a ampliação e a garantia de direitos para a classe trabalhadora, conversaram durante uma plenária com representantes do governo federal, entre eles, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e a ministra em exercício do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi.
A plenária foi organizada pelas entidades de trabalhadores que
mobilizaram as ações deste 22 de maio em Brasília. Os
representantes do governo foram recebidos pelos presidentes das
centrais sindicais e outros dirigentes nacionais.
O ato começou com a concentração às 8h no estacionamento entre a
Torre da TV e a antiga Funarte. Na sequência, os manifestantes
participaram da plenária com os dirigentes sindicais e
representantes do governo, e por fim seguiram em marcha pela
Esplanada dos Ministérios.
A ministra em exercício das Mulheres foi a primeira a falar aos manifestantes, chamando atenção para a necessária participação dos sindicatos com a Lei nº 14.611, sancionada pelo presidente Lula ainda em 2023, com o objetivo de fiscalizar e fomentar a igualdade salarial entre homens e mulheres. A ministra em exercício afirmou que a “lei da transparência, e por isso obriga as empresas a buscar e construir a igualdade salarial.”
“A lei pede a prestação de contas para empresas com mais de cem funcionários, mas isso não significa que as empresas menores não pratiquem a igualdade salarial entre homens e mulheres. Por isso, peço aos sindicatos que chamem essas empresas e suas bases para conversar e fomentar essa prática em todos os espaços”, disse Maria Helena.
Antes de partir em caminhada, os militantes ouviram, por fim, o ministro do Trabalho e Emprego. Marinho contou que, caso a política de valorização iniciada no governo Lula 1, em 2005, nunca tivesse sido feita, o salário mínimo hoje seria de R$ 740. Na outra linha, se essa política não tivesse sido interrompida pelos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, hoje, o salário mínimo seria de R$ 1.498. Atualmente, após retomada de valorização em 2023 e 2024, o salário mínimo é de R$ 1.412.
“Muitas das nossas políticas públicas de hora foram bandeiras que lutamos muito, durante anos e anos. Nós (trabalhadores), temos capacidade de pensar, lutar e persistir até conquistar aquilo que entendemos ser o justo. Os sindicatos precisam voltar a ter a força de sempre para defender a classe trabalhadora”, defendeu o ministro, que já foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, presidente da CUT, além de prefeito de São Bernardo do Campo.
Marinho contou, ainda, que o governo e em especial do Ministério do Trabalho e Emprego, “está de portas abertas para dialogar com as empresas”, mas que as empresas precisam, na mesma medida, receber os trabalhadores e suas mesas de negociação. A fala do ministro foi em alusão às empresas do Rio Grande do Sul afetadas pela tragédia climática. “As soluções para o país só podem ser construídas de forma conjunta: governo, setor privado e trabalhadores”, disse.
Confira a pauta de reivindicações da classe trabalhadora neste 22 de maio:
Pela reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e por medidas
de proteção e amparo a seus trabalhadores e trabalhadoras;
Educação: Revogação do Novo Ensino Médio;
Valorização do Serviço Público: Contra a PEC 32/Reforma
Administrativa;
Em defesa da Convenção 151/defesa da negociação coletiva;
Trabalho decente: redução da jornada de trabalho e empregos
decentes;
Salário igual para trabalho igual - Em defesa da lei de igualdade
salarial entre homens e mulheres;
Reforma agrária e alimento no prato!;
Menos impostos para trabalhadores: juros baixos e correção da
tabela de imposto de renda;
Valorização do salário mínimo e das aposentadorias;
Transição justa e ecológica em defesa da vida;
Em defesa do PLC 12/24, por Direitos dos Motoristas por
Aplicativos.
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