Vinte candidaturas LGBTI+ são eleitas, e movimento tem ainda 233 suplentes

Dos 20 eleitos, cinco são deputados(as) federais e 13, estaduais. Há ainda um deputado distrital e uma governadora (Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, reeleita).

Por: Redação RBA
Publicação: 04/10/2022
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Reprodução/Montagem RBA

De um total de 355 candidaturas LGBTI+ em todo o país, 20 foram eleitos no último domingo (2). E o movimento conseguiu ainda 233 suplentes, 65% do total. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (4) pelo Programa Voto Com Orgulho, criado pela Aliança Nacional LGBTI+. No mês que vem, movimentos vão promover o primeiro encontro desses eleitos, no Rio de Janeiro.

Dos 20 eleitos, cinco são deputados(as) federais e 13, estaduais. Há ainda um deputado distrital e uma governadora (Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, reeleita). São seis lésbicas, cinco mulheres bissexuais, quatro mulheres trans, dois gays, um homem bissexual e dois “sem registro na fonte do cadastro quanto à identidade de gênero/orientação sexual”. Nove são do Psol e cinco, do PT. Outras três candidaturas são do PCdoB, duas do PDT e uma do PV.

Representação cresce

“A votação de domingo trouxe um fato novo muito importante, que foi de eleger, pela primeira vez, pessoas trans para deputada federal num país que mais mata pessoas trans no mundo e o aumento da eleição de pessoas LGBTI+, com destaque para as mulheres lésbicas, bissexuais e trans para o legislativo estadual, possibilitando maior representação nesses espaços”, avalia o diretor de políticas públicas da Aliança, Cláudio Nascimento.

 

Por outro lado, pondera, o número de cadeiras no Legislativo ainda é desproporcional. “Temos uma grande dificuldade em obter apoio, recursos e tratamentos adequados dentro dos partidos políticos o que retrai a capacidade de representação política das agendas por direitos de nossa comunidade. Mas é fundamental comemorar o crescimento de nossa representação.”

Nos estados e no DF

Assim, em São Paulo, foram seis candidaturas LGBTI+ eleitas para a Assembleia Legislativa, quatro do Psol, uma do PT e uma do PCdoB. Um homem bissexual, Guilherme Cortez (Psol), uma lésbica negra (a cantora Leci Brandão, do PCdoB, reeleita), uma mulher bissexual (Thainara Faria, do PT), a mulher bissexual Ediane Maria do Nascimento e mais dois mandatos coletivos LGBTI+ (Psol).

No Rio de Janeiro, foram três mulheres negras, sendo uma trans, a professora Dani Balbi (PCdoB), uma lésbica negra, a vereadora de Niterói Verônica Lima (PT) e uma bissexual reeleita, Dani Monteiro (Psol). Em Minas, a lésbica Bella Gonçalves (Psol) foi eleita deputada estadual. Fora do Sudeste, se elegeram a mulher bissexual Dra. Michelle Melo (PDT, no Acre), o homem gay Fabio Felix (Psol, reeleito e mais votado no Distrito Federal), a mulher trans Linda Brasil (Psol, em Sergipe) e a lésbica Rosa Amorim (PT de Pernambuco). 

Número histórico

Além disso, para a Câmara dos Deputados foi eleita a vereadora de Belo Horizonte e mulher trans Duda Salabert (PDT) e também a mulher bissexual Dandara (PT). Por São Paulo, a vereadora da capital e mulher trans negra Erika Hilton (PSOL). No Rio Grande do Sul, a vereadora lésbica negra Daiana Santos (PCdoB). E em Pernambuco, o homem gay Clodoaldo Magalhães (PV). “Erika Hilton e Duda Salabert estão entre as 50 pessoas mais votadas do país”, lembra a Aliança. Receberam 256.903 e 208.332 votos, respectivamente.

“É um número importante e histórico em relação as eleições anteriores, porém é preciso chamar a atenção da sociedade quanto ainda o preconceito prejudica as candidaturas LGBTI+ e como é urgente que os partidos políticos valorizem e apoiem verdadeiramente as nossas candidaturas”, afirma o presidente da Aliança Nacional, Toni Reis. “É fundamental ter uma cota de recursos e tempo de televisão para que essa representação política LGBTI+ seja maior no processo eleitoral e nos partidos políticos. Trabalharemos com as pessoas eleitas para que construamos estratégias de visibilidade e organização política para que nos próximos pleitos tenhamos uma maior representação.”



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