Ofício enviado ao Ministério das Relações Exteriores
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística) encaminhou nesta quinta-feira (27) documento às autoridades brasileiras pedindo para que intervenham junto ao governo chileno para agilizar na realização dos testes de COVID-19 dos caminhoneiros que estão parados entre as fronteiras da Argentina e do Chile.
O Chile endureceu as exigências de entrada ao país após a descoberta da nova variante ômicron que dissemina mais rapidamente a COVID-19. As autoridades não aceitam os comprovantes de vacinação e nem os testes negativos de COVID-19 realizadas por outros países.
A exigência é que os motoristas façam dois exames pelos agentes de saúde chilenos: o teste RT-PCR, feito a partir da coleta de mucosa do nariz e da garganta, realizado em até 72 horas de antecedência e outro no momento da passagem na fronteira. Só poderão entrar se os resultados derem negativo.
Flexibilização das medidas
Os documentos da CNTTL foram protocolados aos Ministérios das Relações Exteriores (Itamaraty), Infraestrutura, Trabalho/ Previdência, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e para Embaixada do Chile.
“Pedimos que o Governo brasileiro dialogue com os Ministérios da Saúde, Transportes e do Trabalho do Chile para flexibilizar essas regras. É importante um controle eficaz no combate à COVID-19, no entanto, essa preocupação não pode gerar outros problemas de saúde pública. Hoje os caminhoneiros estão isolados, abandonados e confinados, correndo o risco de adoecerem”, explica o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.
A CNTTL recebeu uma sugestão dos caminhoneiros que pedem ao governo Chileno que use o pátio de Aduana de Uspallata, localizada entre a Argentina e o Chile, que comporta até 600 caminhões e tem melhores condições.
Hoje na fronteira argentina em Paso Cristo Redentor, onde os motoristas estão enfileirados, não há condições sanitárias para atendê-los.
Situação desumana e crise de abastecimento
A CNTTL está recebendo relatos de motoristas que estão parados há quase 15 dias nas fronteiras reclamando das condições desumanas no local. “Estou nesta fila há cinco dias. Tem sido horrível porque não temos comida nem serviços básicos”, diz o motorista de caminhão Juan Vargas na fria cidade boliviana de Tambo Quemado, que faz fronteira com a chilena Chungara.
Estima-se que cinco mil caminhões estão no local formando longas filas do lado Argentino do Paso Cristo Redentor, a principal ligação entre os dois países, na Cordilheira dos Andes.
Litti alerta se a situação não for resolvida com rapidez, além de sérios problemas de saúde, poderá ocorrer uma crise de abastecimento nos próximos dias, acarretando prejuízos financeiros e econômicos para Chile, Argentina e Brasil.
Ajuda internacional
Reunião com dirigentes, assessores da CNTTL e FUTAC
nesta quinta-feira (27)
A CNTTL também pediu ajuda da FUTAC (Federação Unitária de
Transportes, Portos, Pesca e Comunicação da América), entidade da
qual é filiada e cuja sede é no Chile, para que sensibilize o
governo chileno a resolver esse grave problema sanitário.
Confira os ofícios encaminhados para as autoridades brasileiras:
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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