Ao microfone, o presidente do Sindfer, Wagner Xavier | Crédito: Sindfer-ES-MG
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes
e Logística) e mais 16 entidades sindicais de trabalhadores do país
e do exterior assinam um manifesto do Sindfer-CUT (Sindicato dos
Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais) contra as demissões
da mineradora Vale na planta de Vitória.
Segundo o Sindicato, as demissões da empresa estão acontecendo
desde 2021 e isso está afetando a saúde mental dos trabalhadores.
No dia 17, dirigentes realizaram protesto na sede da empresa, no
Complexo de Tubarão.
“Com menos empregados, os que ficaram estão sobrecarregados. Há um
clima interno pesado de incerteza entre os empregados, que
trabalham sob a pressão psicológica de que podem ser os próximos a
adquirirem problemas de saúde e serem descartados”, denuncia o
presidente do Sindfer, Wagner Xavier.
O sindicalista disse que as condições de trabalho da mineradora estão adoecendo os trabalhadores. “Não se pode dizer que as condições de trabalho na empresa são análogas à escravidão, mas se assemelham. Em troca de um salário mensal, a Vale suga o corpo, a mente e a alma do trabalhador, provocando nesse empregado um forte esgotamento físico e mental", alerta.
O Sindicato denuncia que não só na base no Espírito Santo e
Minas Gerais que esses problemas vêm acontecendo. "A situação é
preocupante em todo o país. Trabalhadores nas minas de minério de
Minas Gerais e do Norte são submetidos às mesmas condições indignas
de trabalho”, completa Xavier.
Reintegrações na Justiça
O Sindfer ingressou com ações na Justiça e conseguiu reverter cerca
de 57 demissões de trabalhadores que estavam com problemas de
saúde. Segundo reportagem do site Século Diário, cerca de 100
ferroviários da Vale de Vitória foram demitidos nos últimos dois
meses.
Abertura nas negociações da PLR
Outra pauta do Sindfer é a reabertura das negociações com a Vale
sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados
(PLR) de 2021 que será paga neste ano. Os trabalhadores
rejeitaram a proposta da mineradora em assembleia realizada
em dezembro do ano passado. O motivo é que a
Vale incluiu no modelo de pagamento do benefício um
fator de redução de 5% do valor da PLR a todos os empregados que
sofrerem algum tipo de punição administrativo ao longo do
ano.
Após ato do Sindicato, a Vale agendou reunião com os diretores
no dia (17). No encontro, eles reiteraram o
posicionamento dos trabalhadores em não aceitar nenhum tipo de
perda e se colocaram à disposição para manter o canal de diálogo na
busca de uma solução. O impasse continua e uma nova
reunião será agendada.
Com informações do jornalista Maninho Pacheco, do
Sindfer-ES-MG
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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