Foto: IStock
Entidades sindicais do setor da aviação civil, filiadas à CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), estão preocupadas com as medidas de redução de custos e precarização de mão de obra adotadas pelas empresas aéreas que colocam em risco a segurança de voo das aeronaves.
O alerta foi feito pela FENTAC-CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores na Aviação Civil) e pelos sindicatos aeroviários filiados, que denunciam novamente a tentativa das empresas aéreas em querem acabar com a profissão do mecânico de aeronave/pista, que tem amplo conhecimento técnico. A intenção das empresas é substituí-los por mão de obra sem licença para trabalhar em aviões.
O sinal amarelo das entidades sindicais acendeu após circular
nas redes sociais um suposto e-mail “da contratação de auxiliares
de mecânicos pela empresa GOL”. A FENTAC enviou ofício à ANAC
(Agência Nacional da Aviação Civil), no último dia 27 de
agosto, pedindo uma audiência para esclarecer o assunto.
“Nosso intuito é defender a importância do mecânico de manutenção
de aeronaves, profissional fundamental para a segurança de voo. Uma
mudança nos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC) que
retire a presença desses profissionais pode colocar em risco a
segurança de voo. Não há acostamento no céu, uma vez que aconteça
problemas, podem ser fatais”, alerta o presidente da Federação
Nacional, Paulo Alexandre.
Também protocolaram pedidos de audiência o SNA (Sindicato Nacional de Aeroviários) e a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística). Até o momento, a ANAC não agendou as reuniões solicitadas pelas entidades.
Assembleia decidirá Greve no Aeroporto Internacional de Guarulhos
Em comunicado, o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru), informa que a categoria decidirá se prefere aguardar audiência com a ANAC ou aprovar greve no maior aeroporto do Brasil, até que as empresas revejam e cancelem as demissões dos profissionais.
Histórico das lutas em defesa do mecânico de aeronave
Essa não é a primeira vez que as empresas aéreas tentam acabar com a profissão de mecânico de pista no Brasil. As entidades sindicais da aviação fizeram o primeiro alerta sobre a precarização do serviço de manutenção em 2015, com a divulgação de uma carta dos mecânicos da Latam da América do Sul.
Naquela época, a carta assinada pela FENTAC sensibilizou muitos passageiros nas redes sociais. Em um dos comentários, uma passageira considerou a situação gravíssima. “Precarizar o serviço de manutenção das aeronaves é colocar em risco, deliberadamente, a vida de milhares que usam seus serviços. Esperemos que providências sejam tomadas, ante essa tragédia anunciada”, comentou a passageira. A notícia na página do facebook da FENTAC teve mais de 140 mil acessos e 35 mil visualizações.
Dados da Associação Brasileira de Mecânicos de Manutenção de Aeronaves (ABMMA) revelam que mais de 3.500 profissionais foram demitidos em 2015 e não conseguiram retornar ao mercado de trabalho devido à política de redução de custos com o setor de manutenção praticada pelas empresas.
Segundo a FENTAC, estima-se que 10 mil mecânicos de aeronave estão empregados hoje no país. As empresas chegaram a justificar que as aeronaves não precisam do mecânico de pista porque são “modernas” e que não há exigência de um profissional para a tarefa de inspeção.
Para a FENTAC e os sindicatos filiados, essa prática é extremamente grave porque pode acarretar consequências desastrosas e colocar em risco a vida e a integridade de milhões de passageiros que voam nos aviões das companhias.
Mecânico garante que o avião voe em segurança
Para conscientizar os passageiros sobre a importância da função
do mecânico de pista na inspeção das aeronaves, a FENTAC e os
sindicatos aeroviários filiados lançaram em 2017 a Frente Nacional
para Manutenção da Aviação Segura (FNMAS). Uma das ações dessa
Frente foi a distribuição do informativo: “Cuidado! Seu Voo
Corre Risco”.
(Baixe o link da cartilha)
O informativo foi entregue para os passageiros no embarque e
desembarque nos aeroportos de Campinas, Guarulhos, Santos Dumont,
Galeão, Recife, Salvador, Brasília, Porto Alegre, Porto Velho,
Florianópolis, Belém, Fortaleza, entre outros terminais do
país. Também foi criado um abaixo-assinado virtual no
Avaaz em defesa da profissão na internet.
Capa da publicação da FENTAC divulgada em 2017 - fotos:
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Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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