1º de Maio: "É dia da luta dos trabalhadores pela saúde e pela vida", alerta Paulinho

Em artigo, o presidente da CNTTL também alerta que é hora de protestar de forma veemente contra o governo de Jair Bolsonaro. Sua conduta irresponsável fez com que muitas pessoas que poderiam ter sido salvas morressem em decorrência da COVID-19.

Por: Paulo João Estausia, presidente da CNTTL
Publicação: 30/04/2021
Imagem de 1º de Maio:

Paulinho- foto arquivo CNTTL

1º DE MAIO DE LUTO, DE PROTESTO E DE LUTA PELA VIDA

Habitualmente os trabalhadores celebram o 1º de Maio como dia de lutas por direitos, emprego e renda, vida digna e democracia. E essas bandeiras são sempre válidas no mundo em que o capital e trabalho se opõem o tempo todo em defesa dos seus respectivos interesses. Agora, o 1º de Maio de 2021 vai muito além das frentes de lutas tradicionais dos trabalhadores.

Desta vez, primeiramente, esta data sempre marcante e festiva é um  momento revestido de luto pela passagem da barreira de 400 mil mortos pela pandemia da Covid-19 no Brasil. O 1º de Maio também é a hora do protesto veemente contra o governo de Jair Bolsonaro, um presidente de extrema direita cuja total falta de competência e de empatia com o povo brasileiro desencadeou tamanha falta de controle na condução da Covid-19 que o desastre foi muito além de todas as projeções. Sua conduta irresponsável fez com que muitas pessoas que poderiam ter sido salvas morressem em decorrência do caos instaurado em grande parte por seu comportamento de mandatário sem nenhuma compaixão com o povo que teria a obrigação de liderar. 

Portador e disseminador de um negacionismo tresloucado, Bolsonaro ignorou os conhecimentos da ciência acumulados em séculos de estudos de pesquisadores, universidades, laboratórios, todos de alto nível. Ele boicotou todas as vacinas. Nesse quesito, contrariou condutas de outros governos estrangeiros que estão com seus programas de imunização mais avançados na comparação com o Brasil. Enquanto aqui, em função dessa vergonhosa negligência do presidente, o povo sofre em graus maiores com atraso na imunização e apagão das vacinas. E nos hospitais os pacientes continuam sofrendo com os colapsos nos atendimentos, continuam sendo intubados, continuam morrendo aos milhares por dia. A calamidade é tanta que o heróico trabalho dos profissionais de saúde no esforço por salvar vidas não consegue dar conta do gigantesco caos provocado pelas omissões do desgoverno de plantão. 

Bolsonaro fez propaganda enganosa de tratamento precoce com remédios sem eficiência comprovada e autorizou gastos de recursos públicos com a produção desses medicamentos. Ele combateu o uso de máscaras. Promoveu aglomerações em aparições públicas de afronta à ciência e às autoridades médicas. Debochou da dor e do luto das famílias. Ignorou a necessidade de campanhas públicas de esclarecimentos sobre medidas de prevenção ao novo coronavírus. E ainda, quando chamado de “genocida” por conta dessa sucessão de descalabros, reagiu com ameaças e intimidações condizentes com o seu perfil autoritário. 
Não satisfeito, numa comprovação do seu total despreparo para governar o Brasil, o presidente espalhou desagregação no combate à pandemia, quando era sua obrigação aglutinar forças e energias; brigou com os governadores, que ignoraram as loucuras do presidente e cuidaram de socorrer os seus Estados com os seus próprios recursos e possibilidades limitadas; confundiu a população quanto aos comportamentos que deviam seguir, se as loucuras do líder da nação ou as recomendações das autoridades médicas e sanitárias; afrontou as instituições, colocando em prática sua identidade de aprendiz de ditador; instaurou uma diplomacia jamais vista de confronto e animosidade no exterior, ao ponto de prejudicar a corrida pelas vacinas e levar o País à condição de pária internacional; conduziu o País aos tristes recordes mundiais de mortes e contaminações.

Bolsonaro também ignorou e esnobou a lição das ciências sociais de que o julgamento da história é implacável com os vilões. Nesse aspecto, o Brasil começa a assistir agora aos primeiros passos da CPI do Genocídio instalada nesta semana em Brasília. A CPI vai investigar todas as omissões do presidente na pandemia. As provas das negligências estão gravadas e muitas delas foram fornecidas por ele mesmo e por seus quatro ministros da Saúde que ocuparam o cargo desde o início da pandemia. Os ministros cometeram erros e omissões igualmente por ordem do grande chefe. A CPI funciona como o primeiro tribunal brasileiro, em âmbito político, que vai julgar o presidente. E este pode ser o primeiro passo para conduzi-lo a um tribunal internacional que avalie as suas condutas com os rigores das leis e da independência de julgamento. 

Diante da catástrofe do governo Bolsonaro na pandemia, a constatação trágica é a de que não há vacina para todos os brasileiros. O Brasil perdeu o bonde na corrida pelas vacinas por culpa do presidente. Até a conclusão da imunização dos grupos prioritários teve que ser adiada de maio para setembro por falta de vacinas suficientes. Neste cenário, a bandeira de lutas dos trabalhadores se concentrou em buscar a prioridade na vacinação. Nessa nova frente de batalha, as conquistas começam a favorecer com justiça as categorias mais organizadas e combativas dentro do movimento sindical.

Os trabalhadores dos transportes, por meio do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, destacam-se nessa luta por prioridade na vacinação contra a Covid-19. Em conjunto com 105 sindicatos da categoria no Estado de São Paulo, nós iniciamos um movimento social por prioridade na vacina para os trabalhadores dos transportes com a justa demonstração de que também somos linha de frente na relação das atividades essenciais aos atendimentos à população. E por força de muita pressão dos trabalhadores (inclusive com a disposição de fazer lockdown de 24 horas), o governo reconheceu esse caráter essencial da categoria e anunciou que o pessoal dos transportes começará a ser vacinado em 18 de maio dentro dos grupos de prioridades. 

Esta foi uma grande vitória dos trabalhadores dos transportes. E foi mais uma prova da união e organização dos trabalhadores da categoria nos momentos decisivos e históricos das grandes lutas pelos nossos direitos. Também foi uma demonstração do quanto os sindicatos brasileiros, tão combatidos por governos autoritários e fascistas como o de Bolsonaro, são importantes e atuam como extraordinários instrumentos de lutas da classe trabalhadora na defesa e conquista dos seus direitos. Somente a força dos trabalhadores organizados pode se contrapor à postura genocida de um presidente do fim do mundo. E agora, neste 1º de Maio histórico, a luta emergencial dos trabalhadores é pela saúde e pela vida. 


*PAULO ESTAUSIA é presidente do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região; presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Logística (CNTTL); vice-presidente da Federação Unitária dos Trabalhadores em Transportes e Pescas da América Latina e do Carib (FUTAC); conselheiro deliberativo da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF, na sigla em inglês)



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