Lutas pela reestatização das ferrovias e defesa da CBTU são destaques do 3º Congresso Nacional dos Ferroviários

Segundo o presidente da FITF, Jerônimo Miranda, o Brasil está no caminho inverso dos demais países, basta ver o descaso que estão às empresas estatais no país.

Por: Gislene Madarazo e Viviane Barbosa, da Redação da CNTTL
Publicação: 13/10/2020
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Jerônimo Miranda,presidente da FITF-CUT

A Federação Interestadual dos Trabalhadores Ferroviários da CUT (FITF), filiada à CNTTL, realizará seu 3º Congresso Nacional  (CONFITF) nos próximos dias 30 e 31 de outubro no Centro de Treinamento de Líderes, em Itapuã, em Salvador, na Bahia.

Além da homenagem ao grande companheiro Roque Ferreira, líder ferroviário que faleceu em 4 de setembro devido à Covid-19, o evento será um marco na luta pela reestatização das ferrovias de cargas e contra a privatização da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).

Para falar um pouco sobre o evento, a redação da CNTTL conversou com Jerônimo Miranda, presidente da Federação. Confira!

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CNTTL: Fale um pouco sobre a bandeira de luta pela reestatização das ferrovias, quais os impactos para os trabalhadores ferroviários?

Jerônimo Miranda: Um país do tamanho do Brasil só pode ser alavancado se tiver como matriz de transporte um sistema eficiente com baixo custo. A iniciativa privada que hoje detém as concessões das ferrovias  tem como objetivo transportar em sua grande maioria commodity, isso não traz desenvolvimento e não investe no crescimento da malha ferroviária, só traz lucro para uma pequena parte.  Não é possível defender algo que não deu certo para o país, seu povo e os trabalhadores ferroviários, portanto, somos a favor de uma empresa sobre o controle do Estado, que detenha e determine sua atividade econômica e que terá importância desenvolvimentista.

CNTTL: Quanto à privatização da CBTU, quais estratégias a Federação está articulando para frear o desmonte da estatal?

Jerônimo: O Brasil está num caminho inverso dos demais países, basta ver o descaso que estão às empresas estatais. O transporte de passageiros deveria ter a mesma importância da saúde e educação. Todas as empresas que foram privatizadas estão no mesmo víeis de aferir lucros, a qualquer preço, prestando um péssimo serviço à sociedade. Neste momento estamos em duas frentes de trabalho contra as privatizações: uma na CPTM, (Companhia Paulista de Trens Metropolitano) e outra na defesa da CBTU, ( Companhia Brasileira de Trens Urbanos). A princípio o governo federal deseja transferir para os estados, porém os estados do nordeste, com exceção de Pernambuco, são empresas deficitárias e apesar de grande importância social, certamente ela serão desativadas. A Federação está ingressando com ações judiciais, a fim de barrar essa privatização, além de organizar mobilização nas bases e articulações com parlamentares e sociedade civil organizada.

CNTTL: O Congresso reunirá quantos sindicatos?

Jerônimo: Nosso terceiro Congresso tem como base 12 sindicatos ferroviários e metroviários. Devido à COVID 19, ingressamos na Justiça para prorrogação de mandato, que venceu em maio passado, e foi determinado uma prorrogação do mandato por 90 dias, propagáveis por mais 90.

CNTTL: O que mais está na pauta do Congresso? Qual o balanço que a diretoria faz da atual gestão ?

Jerônimo: Nesse congresso serão discutido todos os temas estatutários, políticos e elegeremos a nova direção da Federação. Temos que ressaltar que nossa Federação é uma entidade nova, foi criada em 2010. Enfrentamos todos os obstáculos possíveis e inimagináveis contrários a sua criação, e nasceu como entidade CUTista. Nossa tarefa é unificar a categoria depois de trágico processo, que a desmontou. Nossa missão é manter a unidade na ação. Apesar de alguns percalços, conseguimos!

CNTTL: O congresso será on-line?

Jerônimo: Faremos um congresso de forma mista, ou seja, presencial e virtual, para tanto usaremos uma plataforma que propiciará todos os delegados a acompanhar e discutir os temas em pautas, com a coordenação e delegados presentes, assim será nosso III CONFITF.

 

Base

 A FITF-CUT, filiada à CNTTL, tem cerca de 25 mil ferroviários nos setores de passageiros/cargas representados pelos sindicatos ferroviários nas regiões: 

Bahia, Espírito Santo: Baixo Guandu, Cariacica, Colatina, Fundão, Ibiraçu e Vitória. 
Mato Grosso do Sul: Água Clara, Anastácio, Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ladário, Maracaju, Miranda, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Terenos e Três Lagoas. 
Minas Gerais: Aimorés, Antônio Dias, Belo Oriente, Carneirinho, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Ipatinga, Itabira, Itueta, Mariana, Nova Era, Ouro Preto, Resplendor, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Timóteo e Tumiritinga.
Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro
Santa Catarina (
Criciúma, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Orleans, Siderópolis e Tubarão)
São Paulo: Andradina, Araçatuba, Avaí, Avanhandava, Bauru, Bento de Abreu, Birigui, Cafelândia, Castilho, Coroados, Glicério, Guaiçara, Guaraçaí, Guarantã, Guararapes, Lavínia, Lins, Mirandópolis, Murutinga do Sul, Penápolis, Pirajuí, Presidente Alves, Promissão, Rubiácea e Valparaíso.
Sergipe.

As empresas na base da FITF são: CBTU, VALEC, FULMITRENS, CPTM, SUPERVIA, FTC, FCA, VALE, RUMO ALL, TLSA, TLA, MRS LOGISTICA, CTB, CCR METRÔ BAHIA, VALEC/FIOL.



Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran

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