Os jovens ocupam, hoje, um quarto da
população do País. Isso significa 51,3 milhões de jovens de 15 a 29
anos vivendo, atualmente, no Brasil, sendo 84,8 % nas cidades e
15,2 % no campo. A pesquisa mostra que 53,5% dos jovens de 15 a 29
anos trabalham, 36% estudam e 22, 8% trabalham e estudam
simultaneamente. Os dados são do Censo 2010, último censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado
na segunda-feira, dia 14.
Um levantamento feito entre abril e maio de 2013, pela Secretaria
Nacional da Juventude (SNJ) da Secretaria Geral da Presidência da
República, para analisar o perfil dos jovens brasileiros, detalha
um pouco mais essa porcentagem. O estudo aponta que entre os mais
novos, na faixa de 15 a 17 anos, 65% estudam e 16% trabalham. Entre
os jovens de 25 a 29 anos, mais de 70% trabalha ou está procurando
trabalho, enquanto apenas 12% ainda estuda.
Um estudo elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 2009
aponta a juventude brasileira como uma juventude trabalhadora.
Mesmo considerando a diminuição das taxas de participação no
mercado de trabalho nos últimos anos, a juventude brasileira tem se
esforçado para combinar trabalho e estudo.
Porém o documento revela um ingresso ao mercado de trabalho,
predominantemente aos 18 anos e fortemente marcado por
desigualdades sociais. Os jovens de renda mais elevada estão
sujeitos a menores índices de desemprego. A chamada “inatividade”
juvenil atinge mais intensamente jovens mulheres e negras. Os
trabalhos informais são ocupados sobretudo por jovens de baixa
renda e baixa escolaridade, mulheres e principalmente por jovens
negros de ambos os sexos.
Escolaridade
Segundo o Censo 2010, apenas 16,2% dos jovens de todo o País
chegaram ao ensino superior, 46,3% apenas concluíram o ensino médio
e 35,9% têm sua escolaridade limitada ao ensino fundamental.
Comparando a escolaridades dos jovens com a de seus pais, os dados
representam um ganho de escolaridade nessa nova geração.
O relatório feito pela SNJ constatou que apenas 5% dos pais e 6%
das mães tiveram acesso ao ensino superior (contra os 16,2% dos
jovens de hoje), 22% dos pais e 23% das mães concluíram o ensino
médio, quase metade dos 46,3% dos jovens de hoje que têm o 2º
grau.
Etnia
A pesquisa feita pela Secretaria Nacional da Juventude constatou
que a juventude brasileira é grande, diversa e ainda muito
atravessada por desigualdades. Com uma distribuição de sexo quase
idêntica, 49,6% homens e 50,4% mulheres, seis em cada dez
entrevistados declararam-se de cor parda (45%) ou preta (15%) e 34%
da cor branca. Esses dados apresentam uma pequena diferença em
relação aos dados levantados pelo IBGE no Censo 2010.
No levantamento da SNJ, a proporção de jovens que se diz preta é
maior (15%) do que a identificada pelo Censo (7,9%), e a Secretaria
acredita em uma tendência de crescimento, na população jovem, de
autodeclaração como da cor preta. Uma das hipóteses é que o aumento
da visibilidade da questão racial no País e os papeis importantes
que os negros vêm conquistando ultimamente estejam estimulando os
jovens a afirmar sua identidade por cor e etnia.
Religião
Quanto à religião dos jovens brasileiros, a maioria (56%) é
católica, 27% são evangélicos e 16% não têm religião (somados a
eles 1% de ateus). Comparando com outras pesquisas feitas
anteriormente, nota-se que os jovens católicos diminuíram em dez
pontos percentuais (somavam então 65%), enquanto os evangélicos,
que eram 22%, aumentaram 5%.
Estado civil
Ainda segundo a pesquisa da SJN, 66% dos jovens brasileiros ainda
são solteiros e 61% vivem com os pais. O Censo 2010 mostra que a
maioria dos homens ainda vive com os pais, mesmo com a queda de
71,8% em 2000 para 62,6% em 2010. Quanto a filhos, 40% dos jovens
de hoje em dia tem filhos.
Nova geração x
tecnologia
O ditado popular que diz que a nova geração já nasce sabendo usar
um computador faz muito sentido, já que todas as pesquisas recentes
apontam a velocidade com que as novas gerações absorvem o uso das
novas tecnologias de informação e comunicação. Esse também foi um
tema levantado na pesquisa da SNJ, que mostra que 80% dos jovens
usam computadores e internet, e 89% têm celular.
Visão dos jovens
A pesquisa da SNJ fez também um levantamento dos problemas que mais
preocupam a juventude brasileira de hoje, e disparadamente, o
problema é a violência e a segurança do País (43%). Segundo a
pesquisa, 51% dos jovens já perderam alguém próximo em razão da
violência. As vítimas, na maioria dos casos, eram amigos
(18%) e primos (12%), ou seja, companheiros de geração.
O segundo assunto que mais preocupa os jovens é emprego ou
profissão (34%). Em seguida, estão as questões de saúde (26%) e
educação (23%).
A Secretaria chama a atenção que a educação não esteja no topo da
lista, e ela acredita que ela se mantenha como assunto de
importância e interesse dos jovens, mas não mais como de grande
preocupação, uma vez que essa geração vive a experiência de
ter tido um ganho nesse campo, em relação às gerações passadas.
Entre os assuntos que os jovens consideram mais importantes para
serem discutidos pela sociedade estão a desigualdade social e
pobreza, para 40%, e drogas e violência, para 38% dos jovens que
participaram da pesquisa da Secretaria Nacional da Juventude. Em
seguida vêm política (33%), cidadania e direitos humanos (32%),
educação e futuro profissional (25%), racismo (25%) e meio-ambiente
e desenvolvimento sustentável (24%).
E por fim, o que os jovens avaliam como mais positivo no
Brasil é, em primeiro lugar, a possibilidade de estudar (63%) e em
segundo lugar, a liberdade de expressão. Apenas 4% dos jovens
declaram que não há nada de positivo no País.
Podendo aí se subentender uma característica de sonhador e
batalhador do jovem brasileiro, o estudo da SNJ mostra também que é
muito clara para eles a percepção sobre a capacidade da juventude
de mudar o mundo. Cerca de nove em cada dez dos entrevistados
responderam que os jovens podem mudar o mundo, sendo que para 7,
eles podem mudá-lo e muito.
Redação CNTT com informações do IBGE
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