Conferência Nacional de Comunicação: imprescindível para o avanço da democracia

A mobilização organizada pelos movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil durante a semana nacional de democratização da comunicação, levou o tema às ruas das principais capitais.


Publicação: 31/10/2008
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          De 13 a 18 de outubro, reavivamos mais uma vez a luta, para nós permanente, pela democratização da comunicação. A mobilização organizada pelos movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil durante a semana nacional de democratização da comunicação, levou o tema às ruas das principais capitais, promoveu debates e reafirmou que este é um instrumento fundamental para o avanço da democracia em nosso país.

          Questões como a necessidade de um novo marco regulatório para rádio e TV; a discriminação e criminalização desenfreada contra os movimentos sociais; a necessidade de financiamento público e de controle social; respeito às realidades regionais e culturais, e à diversidade - gênero, raça, etnia, idosos, pessoas com deficiência física -, foram alguns dos temas abordados, cruciais para a convocação de uma conferência nacional de Comunicação, com participação efetiva do governo e da sociedade civil. Tanto a organização dos trabalhadores, quanto a dos empresários, junto às três esferas - municipal, estadual e federal - é um grito constante dos que defendem um país democrático, onde os meios de comunicação devem estar a serviço da sociedade como um todo e não apenas de grupos econômicos  que fazem de uma concessão pública um espaço privado para ditar regras, omitir ou deturpar informações, e ainda para opinar sobre esses fatos com o intuito de fazer com que a população compartilhe dessas opiniões, como os descalabros no caso Isabela,  que agora se repetem no trágico seqüestro ocorrido em Santo André, em São Paulo.

          A grande mídia não mede esforços para intervir no papel da polícia e se coloca no direito de tomar a frente, com reportagens e entrevistas que distorcem a realidade, se apresentando como se fosse a única capaz de resolver a situação e, como se não bastasse, emite julgamentos ao trabalho da polícia e do próprio fato.

          Será que em nenhum momento esta mídia pensa? Será que não se pergunta o quanto contribui para que tragédias desse tipo aconteçam? Não teria sido mais salutar em vez de fazer sensacionalismo com a difícil realidade vivida pelas famílias das vítimas, apenas noticiar os acontecimentos e usar o tempo da televisão para outros temas que possam fazer diferença na vida dos brasileiros, como por exemplo, as transformações que vêm ocorrendo no mundo do trabalho em nosso país? Podemos pegar como exemplo recente o projeto de terceirização, votado no Congresso e que não mereceu destaque na grande imprensa. Por que será? Ora, um tema que aborda a precarização nas relações do trabalho deveria repercutir na imprensa, afinal, é de interesse de toda a sociedade! Porém, para a grande mídia, este tema não é importante, ou melhor, o mundo do trabalho não é importante, porque poderia despertar o interesse da sociedade para os seus direitos, como o de acesso a uma informação veraz e plural e isso não interessa aos que detêm o poder nos meios.

          O Brasil passa por importantes transformações políticas e econômicas e é verdade que nas comunicações saímos da idade da Pedra. Hoje vivenciamos a chamada era da tecnologia, do conhecimento, mas a verdadeira transformação deve se dar com o fim do monopólio nos meios de comunicação e com a implantação de  uma política pública para o setor, com respeito às diferenças - e a comunicação como um direito e não como mercadoria.

          Enquanto alguns ditam as regras, outros apenas jogam e outros são meros espectadores, não mudaremos esta realidade escabrosa. É preciso mudar os rumos da comunicação no Brasil, mudar os critérios para as concessões e renovações de rádio e TV - que são bens públicos -, a partir de um novo marco regulatório, com participação popular, para que a sociedade tenha o direito de opinar e decidir. Por tudo isso, a conferência é mais que urgente, é imprescindível, para que possamos fazer da comunicação um direito de todos.  

          Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação   

 



Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran

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