A Folha de S. Paulo apertou o cinto contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) após revelações de novos documentos que evidenciam suborno de gestões tucanas em São Paulo por parte da Alstom. No entanto, jornal ainda protege o atual vereador Andrea Matarazzo, que arrecadou milhões para a própria reeleição de FHC. Influente nome do PSDB-SP, ele foi citado em depoimento da Siemens e da Alstom como um dos beneficiários do pagamento de propina para garantir contratos de trem e metrô em SP. Leia:
Corrupção à francesa
São dois os casos suspeitos que sugerem relação de promiscuidade
entre a empresa Alstom e governos do PSDB em São Paulo. Ainda que
sejam investigações em curso e nada esteja provado de forma
definitiva, torna-se mais robusta, a cada novo documento que se
acumula a respeito do tema, a hipótese de que o governo de São
Paulo tenha mantido uma relação promíscua com a Alstom.
São, afinal, dois casos conhecidos envolvendo essa companhia
francesa e o PSDB, que está no comando do Estado desde 1995.
O episódio mais recente, revelado por esta Folha, tem sua origem em
negócio da Alstom com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia
(EPTE) no primeiro mandato do governador Mário Covas, em 1998.
Não confundir com o outro escândalo associado à Alstom, uma das
investigadas por suposta formação de cartel para fraudar licitações
de trens do Metrô e da CPTM, de 1998 a 2008, nos governos tucanos
de Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Este caso, apoiado em
denúncia da alemã Siemens, já deu origem a um processo na
Justiça.
No que respeita ao setor elétrico, a Alstom pretendia que um
aditivo a contrato anterior, de 1983, lhe garantisse a
responsabilidade de fornecer equipamentos à EPTE, com o que
faturaria R$ 52 milhões (em valores da época).
Lobista
A fim de evitar uma licitação, a companhia francesa teria
distribuído propinas de 15%, metade por intermédio de um lobista
brasileiro e outra metade com depósitos em contas secretas na
Suíça. O alegado suborno passou a ser investigado no Brasil só em
2008. Já estava, porém, sob a lupa de autoridades na Suíça e na
França.
Foi deste segundo país, aliás, que veio a mais forte evidência de
corrupção: um depoimento sigiloso à Justiça francesa do ex-diretor
comercial da multinacional, o engenheiro André Botto. Pela primeira
vez, um executivo da Alstom reconheceu que houve suborno (o que a
empresa segue negando).
Como no episódio dos trens, o governador Geraldo Alckmin fez a
peroração de praxe sobre o compromisso do Estado com a apuração
completa dos indícios de irregularidades. As ações do governo
tucano, contudo, fazem temer que seu real interesse, diante da
averiguação, seja arrastar os pés.
Primeiro, a Procuradoria Geral do Estado deixou de relacionar todas
as empresas suspeitas de participar do cartel numa petição à
Justiça, arrolando só a Siemens, omissão depois corrigida por
exigência da juíza. Em seguida, deixou de cumprir determinação
judicial para que informasse o prejuízo causado, alegando falta de
elementos para tanto.
A Procuradoria pode ter seus argumentos jurídicos para assim
proceder, mas a população do Estado ainda aguarda uma demonstração
inequívoca de que ela e o governador se guiam mais pelo interesse
público do que por razões partidárias.
Com informações do Brasil 247
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