Campanhas
de bancários, químicos, metalúrgicos, petroleiros e trabalhadores
nos Correios, no segundo semestre de 2013, resultaram em um
acréscimo nos salários de aproximadamente R$ 12 bilhões. A média de
aumento real (acima da inflação) dessas categorias profissionais
pode ser calculada entre 1 e 1,5 ponto percentual, segundo o
Dieese. O percentual é menor, se comparado ao mesmo período do ano
anterior, que apresentou ganhos nos salários acima da inflação
entre 2 e 2,5 pontos.
Mas, segundo análise do coordenador técnico sindical do Dieese,
Airton Gustavo dos Santos, o resultado é positivo considerando a
situação da economia e a resistência patronal. "No começo deste
ano, a projeção para crescimento econômico brasileiro estava entre
4% e 4,5%, mas ao longo do ano foi ficando mais claro que seria
difícil alcançar essa meta e as negociações se dificultaram. Com a
nova perspectiva econômica que começou a se desenhar, o setor
patronal começou a ficar com o pé atrás e mais resistente. Podemos
dizer que as negociações do segundo semestre foram mais difíceis do
que as do primeiro, mas mesmo com ganhos reais menores as
categorias tiveram reajustes significativos", avalia Santos.
(Foto: Lançamento da
Campanha Salarial 2013 da FEM-CUT/SP - crédito: Rúbia Mara/Mídia
Consulte)
Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais, do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), havia 513 mil bancários no
Brasil em 2012 . Com o reajuste de 8% nos salários da categoria,
estima-se a injeção de aproximadamente R$ 2,8 bilhões na economia
até agosto do ano que vem. A quantia é 14,5% maior do que a do ano
passado. Somada a participação nos lucros ou resultados (PLR), o
valor sobe para R$ 8,7 bilhões. Para se ter ideia, os lucros do
Bradesco e Santander, no primeiro semestre de 2013, totalizaram R$
8,8 bilhões. O do Itaú, R$ 7,1 bilhões.
Acordos nacionais
Segundo o
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, essa foi
uma das campanhas mais difíceis. "Os bancos tinham uma estratégia
muito bem desenhada com o terrorismo da inflação, mas nós olhávamos
sempre para os altos lucros do setor financeiro, que vai bem em
qualquer situação”, disse Ele também destaca a inclusão de
cláusulas em convenção coletiva, como a proibição do envio de
torpedos aos bancários fora do horário de trabalho e adesão ao
Programa Vale-Cultura, que proporciona R$ 50 por mês para
trabalhadores com salários até R$ 3.390 para ser usado em bens e
atividades culturais.
No setor estatal, de acordo com estimativas do Dieese, os reajustes
alcançados pelos trabalhadores dos Correios e pelo petroleiros
somam aproximadamente R$ 130 milhões mensais – Correios, R$ 31
milhões, e petroleiros, R$ 98 milhões. A estimativa leva em
consideração o salário médio, antes e depois dos reajustes, e o
número de trabalhadores em cada segmento.
Com data-base em 1º de agosto, os funcionários dos Correios viram
novamente a campanha salarial terminar sem acordo negociado
diretamente entre as partes. A direção da empresa ingressou com
dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que
determinou reajuste de 8% para os 122 mil funcionários em todo o
país.
Na Petrobras, o resultado econômico "relativamente satisfatório"
não é a principal conquista dos trabalhadores em 2013, segundo o
coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João
Antônio de Moraes. "Para nós, o grande avanço foi pactuar um seguro
para os terceirizados, tendo em vista que é muito comum as empresas
contratadas não pagarem a esses trabalhadores direitos básicos,
como 13º salário ou férias, quando expiram os seus contratos",
afirmou.
De acordo com a FUP, a categoria é formada por aproximadamente 85
mil trabalhadores diretos e outros 300 mil terceirizados. A nova
cláusula de convenção coletiva garante a criação de um seguro, para
onde será destinado de 1% a 5% do valor dos contratos de empresas
terceirizadas com a Petrobras. “Há mais de seis anos tentamos
fechar algum acordo neste sentido e agora os direitos desses
trabalhadores estarão garantidos”, disse Moraes.
Os petroleiros tiveram reajuste de 8,56% na remuneração mínima por
nível e regime (RMNR), o que representa aumento real entre 1,82% e
2,33%. Mas também garantiram avanços no plano de cargos e salários
e implementação de auxílio-medicamento, que funcionará como um
plano de assistência médica, em que a empresa custeia mensalmente
uma determinada quantia, para não haver mais custos com
medicamentos. Em troca, os trabalhadores terão desconto fixo mensal
de R$ 2,36 a R$ 14,17, de acordo com a faixa de renda. “Foi uma
ótima campanha, não só do ponto de vista econômico, que sem dúvida
apresenta ganhos reais consideráveis, mas também em direitos
estruturantes”, avalia o coordenador-geral da FUP.
Indústria paulista
O resultado da campanha salarial dos trabalhadores dos ramos
químico, cosmético e plástico do estado de São Paulo representará
impacto mensal de R$ 61 milhões, segundo levantamento do Dieese,
com base em dados da Rais e do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged). Em 12 meses concluídos em outubro de 2014,
os ganhos serão de aproximadamente R$ 817 milhões. “Desde o governo
Lula, em 2003, tivemos quase 25% de aumento real e, assim,
conseguimos repor parte das perdas que tivemos durante o governo
FHC. Nosso grande desafio era manter essa conquista, porque esse é
o grande ganho, não perder de vista a reposição da inflação e
aumento real nos salários”, afirma o coordenador-geral da Federação
dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo
(Fetquim-CUT/SP), Raimundo Suzart.
Com data-base em 1º de novembro, os químicos tiveram reajuste de
7,5% nos salários, sendo 1,8% aumento real.
Já o reajuste de 8% obtido pelo 259 mil metalúrgicos do estado de
São Paulo, da base da CUT, vai representar cerca de R$ 929 milhões
na economia de 47 municípios, até a próxima campanha salarial. O
valor é 22% superior ao do ano passado, segundo levantamentos da
subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Metalúrgicos
(CNM-CUT) e da federação estadual da categoria (FEM-CUT).
“Conquistar 1,82% de aumento real, sem dúvida, reflete um dos
maiores acordos. Além disso, a campanha foi vitoriosa no campo
social, porque conquistamos avanços importantes nos direitos que
beneficiaram as mulheres metalúrgicas, estudantes e os
trabalhadores do chão de fábrica em geral”, afirma o presidente da
FEM-CUT, Valmir Marques da Silva, o Biro Biro. “Os resultados
financeiros são muito importantes, mas essa é uma disputa de renda
que devemos fazer em toda a sociedade, porque o único caminho para
a construção de um país justo é a distribuição e valorização da
renda dos trabalhadores", destaca.
Em andamento
Entre as principais campanhas deste período também estão os
comerciários, com data base em 1º de setembro. As reivindicações de
aproximadamente 2,5 milhões de trabalhadores, representados pela
Federação dos Empregados no Comércio no Estado de São Paulo, foram
entregues em 5 de agosto, mas a campanha ainda não foi concluída.
Alguns sindicatos que representam os trabalhadores dos segmentos
varejista e lojista estão fechando acordo com reajuste de 8,5%.
Com informações da
Rede Brasil Atual
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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