A cidade de
São Paulo poderá ganhar faixas exclusivas para táxis. A proposta
foi apresentada na manhã de quinta-feira, 19, pelo arquiteto e
urbanista Jaime Lerner, um dos pioneiros na criação de corredores
exclusivos para ônibus no mundo, durante a quarta reunião do
Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, na região
central.
(Foto: Hermann Wecke/Estadão
Conteúdo)
O secretário municipal dos
Transportes, Jilmar Tatto, disse que simpatizou com a ideia,
explicando que ela poderia ser estendida para outros veículos, como
ônibus fretados. “É uma coisa que me ocorreu no momento, precisa
ser conferida”, afirmou Lerner, responsável pela criação, enquanto
prefeito de Curitiba, do sistema de BRT (“bus rapid transit”, na
sigla em inglês) da capital paranaense, em 1974, que se tornou
referência internacional. O modelo, segundo ele, foi replicado em
126 cidades em diversos países, entre as quais Istambul, na
Turquia, e Bogotá, na Colômbia.
Contudo, a
alternativa de ceder as faixas apenas para os táxis só seria
colocada em prática depois da construção de corredores para ônibus
à esquerda nas vias onde já existem as faixas, que ficam à
direita.
Assim, essas faixas, que hoje são utilizadas só pelos coletivos,
poderiam ter o uso transferido para os táxis. Atualmente, os
taxistas não podem usar as faixas à direita, somente os corredores.
Neste ano, a Prefeitura entregou 291 quilômetros de faixas
exclusivas para os ônibus na cidade, que tem 34 mil táxis. “É uma
ideia. Eu fiquei simpático, inclusive, com essa ideia. Mas, veja,
ao mesmo tempo surpreso, porque é um avanço você usar (as faixas
para) o táxi ou para quem tem mais de uma pessoa no carro ou o
fretamento”, afirmou Tatto. Ele destacou ainda que será preciso
analisar o viário para ver se comporta esse tipo de concepção.
Polêmica
A medida entra em discussão na semana em que o Ministério Público
Estadual (MPE) deu um prazo de 45 dias para que a Prefeitura proíba
a circulação de táxis nos corredores de ônibus.
Uma recente pesquisa do próprio governo municipal indica que esses
veículos prejudicam o deslocamento dos ônibus, deixando-os 25% mais
lentos, em média. Com isso, agravam-se problemas de superlotação e
demora para a passagem dos coletivos nas paradas dos
corredores.
Os taxistas, porém, não querem perder o direito de transportar seus
passageiros pelos corredores, alegando que isso impactaria em perda
de clientela.
Se a gestão Fernando Haddad (PT) seguir a recomendação da
Promotoria, os sindicatos do setor podem promover carreatas como a
da segunda-feira, 16, que rumou até a sede da Prefeitura, no
centro.
Entretanto, caso a Prefeitura não acolha o que sugeriu o MPE após o
prazo de 45 dias, a Promotoria de Habitação e Urbanismo entrará com
uma ação civil pública contra a administração municipal.
Uma nova reunião do Conselho de Trânsito e Transporte foi agendada
para o dia 15 de janeiro para discutir especificamente a questão da
circulação dos táxis nos corredores de ônibus.
Na quinta-feira, o taxista Jorge Spínola, da Associação das Rádio
Táxis de São Paulo (Artasp), defendeu que a Prefeitura adote um
meio-termo, caso haja proibição aos táxis. “Poderiam permitir a
circulação nos corredores fora dos horários de pico, por exemplo”,
disse.
Tatto defendeu o transporte coletivo. “Andar de ônibus na cidade de
São Paulo é uma coisa boa, faz bem”, disse, acrescentando que pega
coletivos “quase todos os dias”.
Ele declarou ainda que, como secretário, gostaria de poder andar
nas faixas de ônibus, com o carro oficial. “Mas não pode, gente. Se
perguntarem para mim se é melhor entrar na faixa ou ficar fora, é
melhor entrar na faixa. Mas esse é o problema, se eu quiser andar
dentro da faixa eu tenho que pegar ônibus”, ressaltou o
secretário.
Corredores
O secretário Tatto também declarou que outra ideia de Lerner será
colocada em prática pela Prefeitura. Trata-se de uma operação
controlada no sistema de ônibus, para que os passageiros possam
saber a hora exata em que os coletivos passarão nos pontos de
ônibus de algumas faixas e corredores. Ainda não foi definido quais
vias serão contempladas.
Lerner também participará da concepção do primeiro novo corredor de
ônibus na cidade de São Paulo, propondo ajustes e melhorias que
serão adotadas nos demais.
A gestão Haddad promete começar a construir 150 km de canaletas
exclusivas para ônibus (à esquerda da pista, coladas no canteiro
central das avenidas) no primeiro semestre de 2014. Vias como
Radial Leste, Aricanduva, Celso Garcia, 23 de Maio e Bandeirantes
estão entre as que ganharão corredores exclusivos.
O urbanista, que além de prefeito de Curitiba foi governador do
Paraná, foi contratado pelo Sindicato das Empresas de Transporte
Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP Urbanuss) para
desenvolver um estudo sobre a ampliação dos corredores de ônibus na
cidade. O material foi apresentado durante a reunião do conselho de
transporte.
No projeto, Lerner defende a criação de três corredores circulares
e dois radiais, ou seja, rumo à região central. Um deles ligaria a
Avenida Paulista ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul, em 15
minutos, contra os cerca de 60 minutos feitos pelos carros.
Com informações do
Estado de S. Paulo
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