Lideranças
e representantes de movimentos sindicais querem a regulamentação de
mais de cem dispositivos constitucionais que ainda não podem ser
aplicados em sua totalidade, principalmente os que afetam
diretamente interesse dos trabalhadores, como a proteção contra a
demissão imotivada, o direito de greve e a concessão de
aposentadoria especial dos servidores públicos. (Foto: Da esquerda para a direita:
Antônio Vale, Paulo Paim, João Agostin e Flávio Werneck Meneguelli
- crédito: Agência Senado)
Eles fizeram a cobrança durante a audiência da Comissão de Direitos
Humanos Legislação e Participação Popular (CDH), na manhã de
segunda-feira, 16, sobre os 25 anos da Constituição e a situação
dos direitos trabalhistas nela previstos. Todos foram unânimes em
apontar os avanços da Carta de 1988; por outro lado, demonstraram
desconfiança e receio em relação a projetos de lei e a emendas
constitucionais em tramitação no Congresso Nacional. "Embora a
Constituição tenha trazido avanços, há uma demora na regulamentação
de muitos pontos e, quando ela acontece, muitas vezes, vem para
piorar a situação. Isso é motivo de preocupação e exige luta para
não deixarmos haver retrocessos", afirmou o diretor-executivo da
CUT, Antonio Lisboa Amâncio do Vale. Ele citou como exemplo a
proposta de regulamentação do direito de greve dos servidores. Para
ele, trata-se, na verdade de um projeto “antigreve”.
Direito constitucional
Para o vice-presidente Nacional da Central dos Sindicatos
Brasileiros, Flávio Werneck Meneguelli, a proposta é “assustadora”
e chega a ser uma vedação de um direito constitucional, que não
pode jamais ser aprovada. O tema está sendo tratado pela Comissão
de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de
Dispositivos da Constituição (CMCLF), que deve votar relatório do
senador Romero Jucá sobre o direito de greve no serviço público
nesta quarta-feira, 18.
Terrorismo
Já o representante da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas),
José Maria de Almeida, criticou a proposta que tipifica o crime de
terrorismo. Segundo ele, do jeito que está, se houver uma greve no
setor de transporte, por exemplo, os trabalhadores poderão ser
enquadrados como terroristas. "A Constituição assegura a liberdade
de manifestação, mas o movimento sindical vem suportando há anos
leis restritivas. Há uma escalada da repressão policial às
manifestações de rua e às greves. Agora mesmo o governo do Ceará
vai gastar R$ 500 milhões em armas não letais. Em São Paulo há 160
trabalhadores e jovens indiciados por terem sido acusados de
liderarem manifestações. Estão querendo transformar lideranças de
movimentos sociais em chefes de quadrilhas", reclamou. Na opinião
dele, há um processo de criminalização dos que lutam por seus
direitos, o que é inaceitável. "Lutar por uma causa não é crime,
mas direito constitucional", ressaltou.
Diante da queixa, o senador Paulo Paim informou que pretende
debater a tipificação do terrorismo na Comissão de Direitos
Humanos. A questão também está sendo tratada pela Comissão de
Consolidação da Legislação Federal. O senador disse ainda que vai
pedir ao Ministério da Justiça apoio a lideranças sindicalistas que
estão sendo ameaçadas, conforme relatos apresentados na audiência.
Segundo ele, a CDH vai realizar uma nova audiência pública,
especificamente para discutir a liberdade de manifestação e a
criminalização de movimentos sociais.
Também participaram da reunião desta segunda-feira o
secretário-geral da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Moacyr
Roberto Tesch Auversvald; o vice-presidente da União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Lourenço Ferreira do Prado; e o representante
da Secretaria Nacional da Alimentação da Força Sindical, João
Agostin.
CNTT/CUT com
informações da Rede Brasil Atual
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