O inqúerito
no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a suposta formação
de cartel entre fornecedores do Metrô e da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) durante os governos Mário Covas, José
Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB, em São Paulo, mudou de
relator na quinta-feira, 19. Passou da ministra Rosa Weber para o
ministro Marco Aurélio Mello. (Foto: Fabio Rodrigues
Pozzebom/Agência Brasil)
Rosa Weber argumentou que Mello já havia decidido sobre o tema e
por isso estaria "prevento", ou seja, teria que analisar todos os
processos sobre o mesmo assunto. O presidente do Supremo, Joaquim
Barbosa, distribuiu, então, o inquérito para Marco Aurélio Mello.
Ele é relator de um pedido para ter acesso à investigação, quando o
processo ainda estava em São Paulo.
Investigação
São alvos do inquérito o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP);
os secretários estaduais de São Paulo Edson Aparecido (Casa Civil),
José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico)
- todos deputados federais licenciados; três ex-dirigentes da CPTM;
duas parentes de um ex-diretor da companhia; e o lobista Arthur
Gomes Teixeira.
O inquérito foi enviado ao Supremo devido ao foro privilegiado do
deputado Arnaldo Jardim e dos outros três licenciados –
parlamentares só podem ser investigados em inquéritos autorizados
pelo STF. Todos negam envolvimento com o caso.
O processo antes estava na Justiça Federal de São Paulo, que
remeteu o caso ao Supremo. Segundo a Justiça Federal, a decisão se
baseia no fato de que há autoridades com foro privilegiado entre os
investigados.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Polícia
Federal investigam a suposta formação de cartel para licitações
tanto em São Paulo quanto no Distrito Federal.
Esquema
A empresa alemã Siemens, que admitiu fazer parte do esquema,
entregou ao conselho documentos nos quais afirma que o governo de
São Paulo sabia e deu aval à formação de um cartel que envolveria
18 empresas.
No fim de novembro, reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo"
mostrou que o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer declarou
ter “documentos que provam a existência de um forte esquema de
corrupção no estado de São Paulo” durante os governos tucanos. No
texto, o ex-funcionário disse que o arranjo “tinha como objetivo
principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”.
De acordo com o jornal, no dia 21 de novembro, Rheinheimer disse
que o então deputado Edson Aparecido, atual secretário da Casa
Civil do governo Alckmin, foi apontado pelo lobista Arthur Teixeira
como recebedor de propina das multinacionais suspeitas de
participar do cartel.
Aparecido coordenou a campanha de Alckmin ao governo, em 2002, e à
prefeitura da capital, em 2008. Segundo a reportagem, o ex-diretor
da Siemens também citou o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP)
como outro beneficiário.
Edson Aparecido e Jardim disseram que vão processar o ex-diretor
por calúnia. Tanto a cúpula do PSDB quanto a gestão de Geraldo
Alckmin negam envolvimento de políticos e afirmam ter adotado rigor
nas apurações.
Falha em preços
Em 9 de agosto, o governador Geraldo Alckmin anunciou a criação de
uma comissão, formada por representantes de entidades e
organizações da sociedade civil, para acompanhar as investigações
sobre a formação de cartel.
Na segunda-feira, 9, o grupo divulgou ter identificado falhas na
metodologia para determinar preços pagos pela CPTM e pelo Metrô nas
contratações.
O principal problema apontado pelo chamado Grupo Externo de
Acompanhamento das Apurações Administrativas é que, até 2008, CPTM
definia preços aplicando correções monetárias em valores atingidos
em licitações anteriores. Mesmo depois de uma mudança sugerida pelo
Tribunal de Contas (TCE), a companhia se limitou a fazer pesquisa
prévia junto aos mesmos fornecedores que depois participariam de
licitações. "A CPTM não busca informar-se sobre preços efetivamente
praticados em mercados estrangeiros para estimar seus preços de
referência, permanecendo dependente daquilo que as próprias
empresas participantes de suas licitações determinam, algo que se
repete para o Metrô", afirma o grupo, em nota.
Por meio de nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos
informou que a "CPTM e o Metrô estão colaborando com todos os
órgãos que investigam as denúncias de formação de cartel".
Segundo a secretaria, as empresas têm aprimorado continuamente seus
processos licitatórios, seguindo sempre as imposições da Lei
8666/93. "Na CPTM, por exemplo, foi criada a área de Gerência de
Custos, em 2008, com o objetivo de padronizar, aprimorar e acelerar
os procedimentos de tomada de preços necessária para licitações",
completa.
A secretaria afirma ainda que "todas as sugestões são bem-vindas e
criteriosamente analisadas dentro do processo de constante
aperfeiçoamento dos procedimentos adotados".
Com informações do
G1
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL