A
desoneração do serviço de transporte público e a isenção da tarifa
para pessoas que não têm acesso ao sistema ou têm dificuldade em
acessá-lo podem ser soluções para as demandas de melhoria da
mobilidade urbana do país. A ideia está contida na Nota Técnica
Transporte Integrado Social – uma Proposta para o Pacto da
Mobilidade Urbana, apresentada nesta quinta-feira, 12, pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a elaboração
da nota técnica, os autores analisaram projetos de lei em
tramitação no Congresso Nacional e estudos anteriores do Ipea.
A ideia do Transporte Integrado Social (TIS) é que haja um pacto
federativo para a desoneração completa dos serviços nos três níveis
da federação e atingindo todos os insumos para a prestação do
serviço de transporte coletivo urbano. Com a desoneração, o custo
da tarifa cairia pelo menos 15%, segundo o Ipea. A proposta de
desoneração considera a redução de tributos sobre o trabalho e na
cadeia produtiva do setor (indústria de ônibus e de autopeças). “O
entendimento do transporte como direito social pressupõe, ou ao
menos torna necessária, a definição de políticas públicas que
assegurem esse direito, criando e instituindo mecanismos que
garantam não apenas a existência do serviço, mas que o acesso a ele
se dê para todos os cidadãos”, diz a nota técnica do Ipea.
(Foto:
Divulgação)
Gratuidade
Em relação à gratuidade, que seria bancada pela União, o TIS
estabelece o benefício para cerca de 7,5 milhões de pessoas, entre
trabalhadores informais, desocupados e estudantes cadastrados no
Cadastro Único para Programas Sociais, além de estudantes
vinculados aos programas Universidade para Todos (ProUni) e de
Financiamento Estudantil (Fies).
Segundo o Ipea, o custo final do benefício a esses grupos ficaria
em cerca de R$ 4,8 bilhões por ano para a União. O Ipea também
propõe mecanismos como a bilhetagem eletrônica e a adoção de um
cartão social para os beneficiados. "A política social não se
resume à gratuidade, mas ela é um instrumento que temos para
alcançar alguns objetivos sociais dessa política", explicou Ernesto
Galindo, um dos autores do estudo.
O pesquisador explica que, atualmente no Brasil quem usa o
transporte público de graça tem a tarifa subsidiada pelos demais
usuários, indiretamente no valor da tarifa. “Achamos que isso é uma
injustiça, porque, muitas vezes, a maioria dos usuários tem baixa
renda e paga a gratuidade para outras pessoas que não
necessariamente são de baixa renda”, destaca.
Lei
Por ser uma política social federativa e
pactuada, o TIS deverá ser definido em lei. Segundo a proposta do
Ipea, a estrutura do TIS seria formada por um convênio entre os
entes da Federação, que institui um regime especial de tributação
sobre serviços e insumos usados no transporte coletivo urbano,
visando, por meio da desoneração, garantir preço justo e qualidade
na prestação do serviço, transparência no processo licitatório,
participação e controle social e ambiente de execução financeira
tanto para o custeio, no caso da gratuidade, como para
investimentos.
Para Galindo, entre as principais vantagens da proposta estão a
inclusão de pessoas no sistema, integração com outros programas
sociais, a redução da tarifa do transporte público, o reforço do
ambiente regulatório do transporte público, e um impacto positivo
na inflação, com a redução da tarifa. como desvantagem, ele aponta
o impacto no orçamento do governo, desoneração de Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social/Programa de Integração Social
(PIS/Cofins) de importação e de ICMS dos estados.
Regulamentação
O Ipea ressalta que tanto as desonerações como a gratuidade
ocorreriam em um ambiente efetivamente regulado, com divisão de
atribuições e cooperação entre entes públicos, de maneira
criteriosa e buscando impactos na redução da tarifa e na qualidade
do serviço ofertado. “Ou seja, diferentemente de outras
desonerações ou gratuidades, haveria responsabilidade técnica,
política e social na edição dessas propostas”, afirmou.
A inspiração para o estudo foram as manifestações populares
ocorridas no país neste ano, que foram motivadas inicialmente pelo
aumento das tarifas de ônibus. A nota técnica lembra o pacto pela
melhoria da mobilidade urbana apresentado pelo governo depois das
manifestações, mas ressalta que, até agora, não houve avanços
significativos nas propostas do governo.
Para Galindo, a implementação da gratuidade do transporte público e
a desoneração dos serviços seria mais difícil há cerca de um ano,
mas agora está mais aceitável, principalmente por causa das
manifestações que ocorreram em junho. “O cenário que vislumbramos
não é tão pessimista. Percebemos que, de fato, é possível que isso
ocorra. Antes tinham ocorrido só uns quatro ou cinco casos de
redução de tarifas no Brasil, quase todos por decisão judicial.
Depois dos protestos de junho, nas principais cidades, em torno de
umas 30 já reduziram”, diz.
CNTT/CUT com
informações da Agência Brasil
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