A
presidenta Dilma Rousseff anuncia nesta quinta-feira, 12, a
assinatura do decreto que institui o Sistema Nacional de
Enfrentamento à Tortura, conforme informou a ministra da Secretaria
dos Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, na quarta-feira,
durante o Fórum Mundial de Direitos Humanos (FMDH). (Foto: Roberto
Stuckert/PR)
Segundo a ministra, o sistema viabilizará um mecanismo autônomo
que, por meio de peritos, terá autorização prévia para entrar em
penitenciárias, instalações militares, delegacias, instituições de
longa permanência de idosos, instituições de tratamento de doenças
psíquicas ou similares. Esses peritos avaliarão possíveis violações
de direitos humanos nos locais, depois de recebida denúncia de
conduta suspeita. "A autorização prévia serve para verificar
denúncias de violações de tortura e processar agentes do Estado
responsáveis por isso ainda nos dias atuais", disse a ministra.
Na terça-feira, na abertura do fórum que vai até sexta-feira, 13,
os presentes fizeram um minuto de silêncio em memória ao
ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela.
Em seguida, lideranças nacionais e internacionais passaram a
debater os avanços e desafios mundiais no combate às violações de
Direitos Humanos. Temas como combate à desigualdade social,
direito à privacidade na rede mundial de internet e o aumento da
violência contra os povos deram a tônica do debate.
Fórum
O Fórum Mundial de Direitos Humanos é uma iniciativa da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em
parceria com entidades da sociedade civil, organismos
internacionais e outros órgãos de governo e conta com cerca de 700
instituições no Comitê Organizador.
O objetivo do evento é promover um espaço de debate público sobre
Direitos Humanos no mundo, em que sejam tratados seus principais
avanços e desafios com foco no respeito às diferenças, na
participação social, na redução das desigualdades e no
enfrentamento às violações de direitos humanos.
O Fórum Mundial de Direitos Humanos ocorre no Centro Internacional
de Convenções do de Brasília (DF), entre os dias 10 e 13 de
dezembro.
Miséria, exclusão e violência
Na manhã de terça-feira, 11, o tema em destaque foi Os Direitos
Humanos como Bandeira de Luta dos Povos. A principal
conclusão, do Diretor da Faculdade Latino-americana de Ciências
Sociais (FLACSO), Sede Brasil, Pablo Gentili, da Argentina é
que O Direito Humano à Educação é a principal chave para
enfrentarmos a pobreza extrema, a segregação e a violência contra
crianças e adolescentes, mulheres e jovens negros. O painel contou
com a participação da Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), e da
representante da Organização dos Estados Ibero-Americanos – OEI,
Ivana de Siqueira. “As saídas para combatermos as violações aos
direitos Humanos são várias, mas temos uma que é chave: O direito
humano à educação. Este, por si só, promove direitos e abre
oportunidades para outros direitos fundamentais. A luta contra a
desigualdade social e a condição de exclusão de milhões de pessoas
em todo o mundo é a saída para combatermos a violação continuada
aos direitos Humanos no mundo”, afirmou.
Gentili apresentou dados de organismos internacionais e nacionais
que mostram que as crianças, as mulheres e os jovens negros são as
principais vítimas da cultura da violência e da exclusão. “A cada
um minuto, uma pessoa morre pela violência armada, sendo que a
metade são de crianças e adolescentes. De 2002 a 2010, segundo o
estudo Mapa da Violência, 170 mil jovens negros foram assassinados
no Brasil, uma média de 20 mil por ano. Isso significa que temos um
jovem negro sendo morto a cada 30 minutos, e nós não estamos em
guerra”, alertou o Gentili.
Mortalidade infantil
Ainda de acordo com o especialista em ciências sociais, nos últimos
anos houve uma considerável redução da mortalidade infantil em todo
o mundo, com destaque para a América Latina. No entanto, alertou,
as taxas ainda são expressivas. “Todos os dias, 18 mil crianças
morrem em todo o mundo, vítimas de doenças virais, como diarréia,
que poderíamos evitar”, alertou Gentili, destacando ainda a
situação de crianças nos países em conflitos armados. Segundo ele,
cerca de 30 milhões de crianças e adolescentes estão sem escola
nesses países e outras 14 mil integram os exércitos armados destes
países em conflito.
Outra dado apresentado pelo conferencista mostra que 40% das
mulheres da África do Sul já sofreram algum tipo de violência
sexual. Ainda segundo os dados, isso significa que a cada quatro
minutos uma mulher é violentada na África do Sul, sendo a metade
crianças e adolescentes. Ainda neste continente, a cada 6h uma
mulher morre assassinada pelo seu companheiro.
Fome
Amerigo Incalcaterra, representante para a América do Sul do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, abordou os
flagelos sofridos por milhões de pessoas em função das violações de
Direitos Humanos. “São obrigadas a migrar para fugir da violência
ou em busca de melhores condições”, afirmou Incalcaterra ao
defender a construção de um mundo mais solidário.
Ele comentou as recentes violações de privacidade por meio da rede
mundial de computadores. “A coleta de dados está ameaçando os
direitos individuais, impedindo o justo funcionamento da sociedade
global”, disse o representante das Nações Unidas que também se
mostrou preocupado com outros problemas decorrentes do mau uso da
tecnologia, como a aplicação de drones armados em guerras.
Preconceito
Rildo Marques, do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH),
reagiu às ações conservadoras de parte da sociedade. “Ao invés de
implementar o Sinase (Sistema Nacional Sócio-educativo), grupos
querem a redução da maioridade penal. Ao invés de reforçarmos a
saúde mental, grupos querem a internação compulsória. Ao invés da
aprovação do PLC 122/2006, grupos querem a ‘cura gay’”, rebateu.
Segundo ele, é necessário promover um processo de diálogo para
“conquistar” a população. “A defesa da vida é algo elementar à
humanidade”, finalizou.
Segundo Rildo, uma das melhores saídas para se combater as
violações aos direitos humanos é garantir um outro direito: o do
acesso à educação. “Este, por si só, promove direitos e abre
oportunidades para outros direitos fundamentais.
Com informações do PT no senado e
agências
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL