Defender a Infraero como empresa é fundamental


Publicação: 23/07/2008
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Defender a Infraero como empresa pública é fundamental. Primeiro, porque é uma empresa que dá lucro. Segundo, porque como toda empresa pública, ela tem um papel social. Além disso, por mais que a infra-estrutura dos aeroportos não tenha acompanhado a demanda do setor aéreo, os aeroportos estão padronizados. Dos 67 aeroportos, sete subsidiam os demais.

 

A gente espera que, daqui a alguns anos, mais aeroportos sejam auto-sustentáveis. E que, no Brasil do futuro, a quantidade de aeroportos deficitários seja muito menor. Para algumas pessoas interessa dizer que a Infraero é deficitária. Mas ela teve necessidade de investir mais do que lucrou, e esse investimento, sob outra ótica, não é simplesmente prejuízo. A gente acredita que existem interesses e não uma real necessidade de abrir o seu capital.

 

As terceirizações na Infraero desafiam tanto o Sina quanto os sindicatos dos aeroviários. Nós tínhamos 136 aeroportuários no aeroporto de Guarulhos, em determinado setor, a um custo de R$280 mil por mês. Havia déficit de profissionais para a demanda. Para resolver o problema, a Infraero terceirizou o setor e colocou lá 356 aeroviários, a um custo mensal de R$ 1 milhão. E ai, aparentemente, resolveu o problema. Mas porque não contratou o trabalhador orgânico reforçando o quadro? O cadastro reserva do concurso da Infraero ainda está valendo e tem gente para chamar.

 

O passivo trabalhista da Infraero hoje com trabalhadores terceirizados ultrapassa R$100 milhões. E temos a compreensão dos sindicatos de aeroviários, que representam os trabalhadores terceirizados. Muitas dessas empresas que prestam serviço à Infraero depois vão embora, deixando para trás dívidas trabalhistas e prejuízo para a estatal. E esse passivo trabalhista afeta, diretamente, os aeroportuários e usuários dos aeroportos. O setor cresceu e hoje está mais rico, mas as condições de trabalho e os salários pioraram.

Francisco Luiz Xavier de Lemos é presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina).

Fonte: Jornal Conexão - Fentac



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