Números evidenciam uma realidade brasileira nas famílias atendidas por programas sociais em pelo menos duas cidades do Grande ABC: as mulheres tornaram-se chefes de seus lares. Em Santo André, das 15 mil famílias beneficiadas pelo programa Bolsa-Família, do governo federal, 95% têm mulheres como titulares.
Em São Bernardo, uma pesquisa feita pela Fundação Criança apontou que 81% das famílias atendidas pelos programas sociais têm esse perfil. O levantamento identificou, ainda, que 48% das mulheres têm mais de 35 anos e quase metade (49%) não concluiu o ensino fundamental. As maiores dificuldades apontadas por elas estão relacionadas à situação financeira (57%), seguida da educação dos filhos (43%). Nenhuma delas recebe mais do que dois salários mínimos por mês.
Apesar dos números se referirem ao atendimento feito no ano passado, a diretora-presidente da Fundação Criança, Marlene Bueno Zola, acredita que o perfil se mantém. "Trata-se de um fenômeno sociológico de mudança no conceito familiar. É algo que precisa ser observado, já que as políticas públicas são concentradas na família e se esta família não for identificada, erra-se o foco."
Os indicadores mensuram uma realidade percebida por Marlene há muito tempo. Para ela, esta nova ‘família-mulher-mãe' precisa ser fortalecida, já que desempenha papéis diversos. "Ela está sobrecarregada e não adianta culpá-la."
O secretário de Inclusão Social de Santo André, Ademar Carlos de Oliveira, confirma a mudança. Ele diz que hoje vários modelos de famílias foram adotados, principalmente com a ausência dos pais.
Em Santo André, essas famílias podem ser beneficiadas com programas de assistência jurídica e acolhimento. Mas o secretário Ademar de Olivera lembra que as políticas públicas destinadas a elas precisam se multiplicar. "As mulheres são fortes por natureza, mas o poder público tem obrigação de oferecer suporte. A demanda é crescente e precisamos correr atrás."
CONSEQÜÊNCIAS Membro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), Ariel Castro Alves, lembra que das 80 mil crianças abrigadas por motivo de pobreza no Brasil, 80% são provenientes de famílias chefiadas por mulheres. Este também é o perfil da maioria das famílias dos 16 mil adolescentes que cumprem regime de internação do País. "Falta planejamento familiar e responsabilidade dos pais", critica.
Marlene Zola explica que estas entre outras situações de violação de direitos - como crianças em situação de rua ou trabalho infantil - são os exemplos mais claros da ausência de políticas para fortalecer mulheres provedoras de seus lares. "Não dá para manter o discurso conservador de que a família de antigamente era melhor, é preciso fortalecer os núcleos", diz a diretora-presidente da Fundação Criança.
Fonte: Diário do Grande ABC
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