O Portal CNTT publica a seguir carta do companheiro, José Dirceu,(foto: divulgação) condenado injustamente que se apresentou à Polícia Federal no sábado, dia 15 de novembro. "Zé estamos com vc, companheiro". Leia a seguir:
CARTA
ABERTA AO POVO BRASILEIRO
O
julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando - e
violando - garantias individuais asseguradas pela Constituição e
pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é
signatário.
A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas.
O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No
início, não desmembraram o processo para a primeira instância,
violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa
no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um
suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do
caso um julgamento de exceção e político.
Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas
não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que
recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria
Justiça.
É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou
inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e
formação de quadrilha - contra a qual ainda cabe recurso - com base
na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF.
Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento
transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa,
que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e
linchamento.
Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de
dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos
realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida
contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade
contratada.
Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações
parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo
essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o
pagamento de despesas ou acordos eleitorais.
Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais
de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos
e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais
individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados
- violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi
negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da
República.
Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida
política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo
brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública,
como deputado, como militante social e dirigente político, como
profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula.
Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa
história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto
político.
Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por
cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e
fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei
preso político de uma democracia sob pressão das elites.
Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou
que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros
que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue
apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas
pela presidente Dilma.
Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e
anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do
apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a
liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance
as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro,
combatendo por sua emancipação e soberania.
José Dirceu
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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