A Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária/Infraero determinou
cortes substanciais nos contratos de manutenção preventiva dos
aeroportos que administra. As medidas, adotadas apesar de alertas
de que podem comprometer a segurança, têm o objetivo de reduzir
gastos de custeio diante da previsão de prejuízo operacional de R$
391,1 milhões.
A diretoria financeira da estatal projeta insuficiência de caixa a
partir de janeiro de 2014. As informações constam de memorando
interno, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência
Estado, teve acesso. A previsão de uma “situação financeira
crítica” revela rápida deterioração do balanço da Infraero no
primeiro ano após o início das concessões. Em 2012, houve lucro
operacional de R$ 594,2 milhões e lucro líquido de R$ 396,7
milhões.
Concessões
O
desequilíbrio financeiro tem ligação direta com a concessão dos
aeroportos de Brasília (DF), Viracopos (SP) e Guarulhos (SP) à
iniciativa privada, em 2012. Juntos, eles respondiam por 38% da
receita. Agora, a empresa recebe apenas o proporcional à sua
participação de 49%, o que representou queda de 31,5% na receita de
janeiro a agosto. O prejuízo chega a R$ 201,2 milhões no período e
“não existe expectativa de reversão até o final do ano”.
A situação tende a se agravar com os leilões de Confins (MG) e
Galeão (RJ) no mês que vem. Em julho, o governo autorizou aporte de
R$ 1,35 bilhão na empresa. Para 2014, estão previstos outros R$ 2
bilhões.
Cortes criam situação de
risco
As medidas excepcionais de contenção foram aprovadas pela Infraero
no fim de agosto e atingirão todos os aeroportos sob sua gestão, à
exceção dos três já privatizados. Executivos da área operacional
avaliam que elas reduzem a possibilidade de reversão do déficit.
“Sobretudo, criam situação de alto risco para os gestores dos
processos operacionais que envolvem vidas humanas”, diz o documento
interno. No aeroporto do Galeão, por exemplo, foram cortados 57% de
pelo menos nove contratos de serviços de manutenção.
Enviada no início de outubro ao diretor de Operações, a carta foi
assinada por cinco superintendentes executivos: Álvaro Luiz Miranda
Costa (Segurança Aeroportuária); Marçal Goulart (Gestão
Operacional); Will Furtado (Navegação Aérea); Anderson Goddard
(Manutenção); e Eliane Cristina Pessoa (Segurança
Operacional).
Mudanças definitivas
A Infraero informa que as mudanças são definitivas, já que 29% do
movimento de passageiros, 19% de aeronaves e 58% da carga aérea
foram transferidos à iniciativa privada. As despesas com contratos
contínuos até agosto foram 5,9% superiores às do mesmo período de
2012.
Por e-mail, a estatal diz que “em decorrência dos novos níveis de
faturamento foi implantado o programa de Gestão Matricial da
Despesa”.
A estatal afirma que o objetivo da reestruturação é “garantir os
recursos necessários para a prestação dos serviços dentro dos
melhores padrões de qualidade e segurança”.
Os superintendentes criticam os métodos de
elaboração de orçamento e custeio, que define como teto despesas do
exercício anterior corrigidas pela inflação, critério considerado
obsoleto por não projetar custos do crescimento da empresa. A
avaliação é que os cortes vão impedir o cumprimento das exigências
da Agência Nacional de Aviação Civil/Anac.
A falta de manutenção também pode se refletir em perda de
equipamentos e custos mais altos de reposição, além de trazer
“consequências operacionais imensuráveis”. Os cortes anunciados
pelas superintendências regionais da Infraero nos contratos de
limpeza levam os superintendentes “a projetar o caos, especialmente
na alta temporada de fim de ano e na Copa de 2014″. Para o
especialista em aviação Respício Espírito Santo, a redução do valor
não significa necessariamente interromper a
manutenção.
CNTT/CU com informações de O Estado de São Paulo
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