O Sindicato dos Metroviários de São Paulo reagiu
com indignação às declarações do secretário estadual dos
Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, que anunciou na
segunda-feira, 7 de outubro, na capital que o Metrô dará início a
um programa de demissões voluntárias (PDV) e antecipação de
aposentadorias de funcionários mais antigos. O corte de pessoal na
empresa pública que administra o sistema foi a solução encontrada
pela gestão tucana para reduzir custos e manter a tarifa em R$ 3,
conforme exigiram os paulistanos durante as manifestações de junho.
(Foto: Sérgio
Andrade/Governo SP)
Os dirigentes prometem se mobilizar contra a medida. “É um ataque à
categoria e a toda população”, resumiu o secretário-geral dos
sindicato de São Paulo e presidente da Federação Nacional dos
Metroviários (Fenametro), Paulo Pasin. “A redução da tarifa e a
tarifa zero são pleitos extremamente justos da sociedade. O
transporte público é subsidiado na maioria dos países, para que se
torne assim acessível a todos os cidadãos, porque é um direito. Em
São Paulo, o Metrô já foi subsidiado em 40%, mas, com a chegada do
PSDB ao governo, retiraram o benefício. Isso faz com que a
população pague um preço alto pela tarifa: R$ 3 é caro para o mundo
inteiro”, ressaltou.
Pasin lembra que estimular funcionários mais experientes para que
deixem a companhia vai prejudicar os usuários, pois a medida
incidirá diretamente na qualidade do serviço. “A saída de pessoas
mais experientes inviabiliza a transmissão de conhecimento aos
trabalhadores mais jovens”, argumenta, lembrando que a operação do
sistema metroviário é complexo e que, por isso, a capacidade dos
funcionários só melhora com o tempo. “O Metrô de São Paulo é
reconhecido pela competência de seus trabalhadores. É essa
capacidade técnica que nos levou a exportar nosso conhecimento para
os metrôs de Caracas, na Venezuela, e de Brasília”, afirmou.
Trabalhadores mantêm a tarifa
Para o sindicalista, as intenções do PSDB são ainda “mais absurdas”
porque, na realidade, quem está segurando em R$ 3 o preço das
tarifas do transporte público é a própria classe trabalhadora – e
não as empresas, sejam públicas ou privadas. “A manutenção do preço
da passagem em R$ 3 foi sustentada pela redução do PIS/Cofins
anunciada pelo governo federal em junho, pela mudança na fórmula de
cálculo da contribuição patronal ao INSS e pela redução no valor da
energia elétrica”, enumera Pasin, lembrando das desonerações
anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff antes, durante e após as
jornadas de junho. “Não subiu a tarifa, mas houve redução de
custos”, disse.
Essa, aliás, foi uma das maiores críticas do Movimento Passe Livre
(MPL) à maneira como reagiram os governos municipais, estaduais e
federal à onda de protestos que balançou o país há três meses.
“Abrir mão de tributos significa perder o poder sobre o dinheiro
público, liberando verbas às cegas para as máfias dos transportes,
sem qualquer transparência e controle”, disseram, em carta aberta à
presidenta, publicada em 24 de junho. “Para atender às demandas
populares pelo transporte, é necessário construir instrumentos que
coloquem no centro da decisão quem realmente deve ter suas
necessidades atendidas: os usuários e trabalhadores do sistema”,
afirmou o Moviento.
Linha 4-Amarela
O secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo se
diz ainda mais indignado com os anúncios porque, enquanto se recusa
a subsidiar a companhia estatal, o governo tucano não vê problemas
em injetar recursos públicos na Linha 4-Amarela, totalmente
privatizada. “Lá, o preço da tarifa é garantido por contrato. A
passagem é reajustada todo mês de fevereiro, não importando se
houve congelamento ou não”, informa Pasin. “O valor da tarifa da
Linha 4-Amarela é R$ 3,13. Existe um cálculo que envolve a
transferência de passageiros que vêm da linha estatal. Há ainda um
termo de mitigação da demanda: se há menos passageiros do que o
previsto no contrato, o estado banca essa diferença”, disse.
Para o sindicalista, trata-se de uma inversão total de valores.
“Desde que os tucanos estão no poder, o Metrô passou a ser tratado
como uma mercadoria para dar lucro à iniciativa privada: aos
cartéis de fornecedores e aos grandes consórcios que administram
linhas privatizadas. Todo modelo de gestão é baseado nisso”,
denuncia. “Numa relação promíscua com o estado, você potencializa o
lucro dessas empresas e desvaloriza a marca estatal do Metrô para
facilitar a privatização. A população não é consultada para nada.
Nem os funcionários”, disse Pasin.
Finalmente, Pasin se diz ultrajado pelo fato de o secretário dos
Transportes Metropolitanos ter anunciado PDV e antecipação de
aposentadorias sem nem mesmo consultar os metroviários. “Já
tínhamos ouvido boato aqui dentro sobre demissões”, lamenta.
“Agora, começaremos a mobilizar a categoria e a opinião pública
para denunciar essa realidade. As jornadas de junho foram marcadas
pelo tema da mobilidade urbana, não apenas pelo preço da tarifa,
mas também pelo sufoco que a população enfrenta todo dia. A
obrigação dos governantes é melhorar o serviço, aumentar a malha,
reduzir o intervalo entre os trens e ampliar a integração – e não
chantagear a população”, concluiu.
Com informações da Rede Brasil
Atual
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