O
secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo,
Jurandir Fernandes, afirmou na segunda-feira, 7 de outubro, durante
evento sobre custos da mobilidade na sede do Ministério Público, no
centro da capital, que o Metrô irá propor programas de demissão
voluntária (PDVs) e antecipações de aposentadorias de trabalhadores
do setor administrativo para manter a tarifa do sistema metroviário
em R$ 3.
Segundo balanço, a companhia fechou 2012 com 9.378 funcionários.
"Nós estamos analisando a possibilidade de incentivar ou motivar
algumas pessoas que queiram sair. Vendo a possibilidade de
antecipar algumas aposentadorias, nada que possa afetar a operação,
é o pessoal do administrativo. Há uma orientação de busca de
redução de custo de toda ordem, estamos com contrato de dois anos
para energia", afirmou.
Aumento nos impostos
Este ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a elevar a
tarifa a R$ 3,20, mas recuou após manifestações que tomaram a
cidade, o estado e o país. Na ocasião, o tucano disse que
promoveria o fechamento de uma secretaria e a venda de equipamentos
públicos como forma de compensar o aumento de custos provocado pela
manutenção do preço de R$ 3.
Nos últimos meses, o Metrô se viu envolvido em uma denúncia de
existência de um cartel que atua combinando preços a serem
oferecidos em licitação, de modo a garantir lucros para todos.
Segundo a delatora do esquema, a alemã Siemens, a iniciativa partiu
do ex-governador José Serra (PSDB-SP).
Agora, a saída proposta por Fernandes é vista como uma forma de não
cortar investimentos e aumentar impostos. "Nós não estamos
discutindo 2014. 2014 vai depender muito de tudo que ocorrer em
termos da população discutir o que ela acha desse situação",
garantiu. Na semana passada, a prefeitura de São Paulo
anunciou revisão prevista em lei da Planta Genérica de Valores
Imobiliários e o consequente aumento do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU), em função da valorização ocorrida em
toda cidade nos últimos anos, e afirmou que uma das destinações do
valor extra arrecadado deve financiar a manutenção da tarifa no
valor atual, o que foi criticado pelo Ministério Público.
Para o secretário, para melhorar a eficiência da mobilidade e
diminuir seus custos, é fundamental investir no tripé planejamento
urbano, com adoção de cidades mais compactas, infraestrutura e
legislação trabalhista, classificada por ele como "estúpida". "É
preciso ter coragem para mexer em legislação esclerosada, velha, do
primeiro terço do século passado, dos anos 30, onde a legislação
trabalhista é fixa, muitas vezes estúpida em não permitir certas
flexibilidades. A flexibilização do horário de trabalho tem de ser
de todos e tem que ser uma coisa do comportamento entre o patrão e
o empregado para que possa receber. Por que todo mundo tem que
entrar às 8 horas em ponto?", argumentou.
No próximo ano, nem o governador nem o prefeito da capital,
Fernando Haddad (PT), pretendem mexer na tarifa do transporte
público. "Eu acho preocupante um congelamento tarifário. A tarifa
congelada por muitos anos pode afetar a qualidade. Não vai afetar a
qualidade no caso do trem e do metrô, porque o estado tem o
controle direto. Mas no setor privado, digo em termos de Brasil, se
tiver com a tarifa congelada, o capital privado não tem outra
alternativa a não ser começar a fazer quebras de qualidade. Começa
a ter redução de horários, deterioração da idade média dos ônibus,
isso aconteceu no mundo inteiro. É perigoso. É preciso que o
governo federal atente para isso. Manter é perigoso",
declarou.
Custos
Fernandes usou boa parte de sua apresentação para explanar sobre o
que chamou de custos desconsiderados na formação do preço da
tarifa. Mas, ao fazê-lo, valeu-se de custos ligados ao transporte
por ônibus, serviço prestado pelas prefeituras, como o aumento de
111% no preço dos veículos entre 2002 e 2013. Segundo o secretário,
sua preocupação em relação ao transporte municipal é a fuga de
passageiros para o sistema sobre trilhos. "Quando eu me preocupo
com o ônibus, e acho importante ter corredor, é porque só no ano
passado 27 milhões de passageiros de ônibus passaram para os trens.
Então nosso caso de superlotação é porque todo mundo quer andar de
metrô, trem. O que queremos é que os ônibus retomem seus
passageiros. Porque o metrô e trem sozinhos não aguentam. Nem é
esse o seu papel", afirmou. A fala reforça o argumento usado por
diretores do Metrô de que a lotação, e não a tarifa, é o principal
problema reportado por usuários do sistema, e que ela seria
provocada pela ineficiência dos serviços municipais.
O secretário também criticou as gratuidades para idosos, o que
classificou como "farra demagógica". Na última semana, a Assembleia
Legislativa aprovou gratuidade em dois assentos em ônibus
intermunicipais em São Paulo e a Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado aprovou gratuidade para pessoas com mais de 60 anos para
todo país. "Vamos dar isenção, gratuidade para todo mundo com mais
de 60 anos, diminuíram de 65 para 60. Não é bonito, não é agradável
dar essa notícia? Não é agradável para o deputado, para o vereador
dizer isso, porque talvez ele tenha mais uns míseros votos?",
questionou.
Fernandes também afirmou que o Metrô e a Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) não irão oferecer a possibilidade de
uso do bilhete único mensal junto com a prefeitura, que prevê o
início da operação do serviço em novembro. "Financeiramente nós
vamos falar isso só depois de acompanhar os gastos", afirmou. O
secretário de Transportes também vê riscos no sistema que opera o
Bilhete Único, gerido pelo governo municipal. "É um processo que
não pode entrar todo mundo de uma vez. Se entrar todo mundo, o
sistema da SPTrans também pode estourar. É bom que entre
paulatinamente também para eles. Porque o sistema deles, do Bilhete
Único, está com sua capacidade no limite. Entra um e depois entra o
outro, com prazo, sem problemas", concluiu.
CNTT/CUT com informações da CUT São Paulo
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