Integrantes da Comissão Nacional da Verdade
(CNV) divulgaram na terça-feira, dia 21, o balanço do primeiro ano
de seus trabalhos completado no último dia 16. Os representantes da
CNV reiteraram a intenção do colegiado de recomendar em seu
relatório final a revisão da Lei de Anistia recíproca de 1979, que
hoje impede a responsabilização de agentes públicos envolvidos nos
crimes - mortes, torturas e desaparecimentos - da ditadura
militar (1964-1985). "As autoanistias, dentro do direito
internacional, não valem. Se nós estamos de acordo com isso, nós
vamos ter, sim, que recomendar que esses casos sejam judicializados
pelo direito interno", adiantou Rosa Cardoso, nova coordenadora do
colegiado. A Lei da Anistia foi baixada pelo regime militar em seu
último governo, o do general João Baptista Figueiredo.
Obrigação
Em notícia publicada no seu Blog, Zé Dirceu defende a posição que o
Congresso Nacional e/ou um plebiscito decida a questão. A CNV pode
dar todas informações ao País e à nação, e o governo e a presidenta
têm todo direito de defender a posição do Supremo Tribunal Federal
(STF) que, em 2010, mediante recurso da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) nacional, validou o caráter recíproco dessa Lei. “O
que esperamos é que o governo não coloque as Forças Armadas (FFAAs)
acima da lei e da Constituição. Os militares estão, como todos os
cidadãos brasileiros, submetidos aos mesmos direitos e deveres. Não
podem negar colaboração à CNV e muito menos se recusar a depor e/
ou a fornecer informações quando convocados e demandados por ela”,
enfatiza Zé Dirceu.
Conclusões estarrecedoras
A primeira é de que partia da Presidência da República o
organograma que ordenava extermínios na ditadura, diz a CNV no
balanço do 1º ano de suas atividades. Esta política de
extermínio e tortura de adversários políticos da ditadura foi
organizada por assessores diretos do presidente da República (os
cinco presidentes do período foram dois marechais e três generais,
oficiais das FFAAs no último posto da carreira).
Pelo relatório da CNV, já nos primeiros anos após o golpe contra o
presidente João Goulart, o Jango, a partir de 1964, o regime montou
uma série de centros de detenção e violação de direitos humanos,
inicialmente em unidades do Exército. As informações estão no
organograma da repressão e num mapa de centros de tortura e
detenção apresentados pela Comissão ontem.
A segunda conclusão é a que a Marinha do Brasil ocultou informações
sobre mortes cometidas pela ditadura. Em 1993, o presidente Itamar
Franco determinou ao seu ministro da Justiça, Mauricio Correa, o
levantamento de informações com a Marinha, o Exército e a
Aeronáutica sobre desaparecidos na ditadura.
Rubens Paiva
Agora, ao analisar 12.072 documentos do Centro de Informações da
Marinha (CENIMAR, a Inteligência da Força) e outros papéis
sobre 11 desaparecidos, e fazer um cruzamento com as respostas
prestadas pela Força ao governo Itama, a Comissão descobriu que um
dos documentos, de dezembro de 1972, já tratava da morte do
ex-deputado Rubens Paiva.
Mas, em 1993, a versão oficial passada pela Marinha ao Congresso
Nacional, ao Ministério da Justiça e ao presidente Itamar Franco
foi que o ex-deputado Rubens Paiva havia fugido quando estava sob
custódia do DOI-CODI do 1º Exército, no Rio de Janeiro, e que seu
paradeiro era desconhecido. Ele já estava morto havia 22 anos,
desde janeiro de 1971.
"O primeiro resultado parcial (da CNV) é o fato de que a Marinha
ocultou deliberadamente informações ao Estado brasileiro, já no
período democrático. A importância desse documento é que indica que
existem na Marinha Brasileira 12 mil páginas referentes aos 11
desaparecidos que apresentamos aqui", disse a historiadora Heloísa
Starling, que sistematizou as informações levantadas pela
comissão.
De acordo com a comissão, o cruzamento das respostas das Forças
Armadas com os documentos obtidos durante a investigação apontou
que a Marinha ocultou as mortes das pessoas. A força divulgou nota
em que reitera que entregou todos os documentos solicitados naquela
ocasião pelo governo Itamar. “Como é possível, então, com todas
essas revelações não responsabilizar perante os tribunais os que
praticaram tais crimes e ou ordenaram seus subordinados? Como é
possível que as FFAAs não assumam perante a nação e a história sua
responsabilidade enquanto instituição?”, finaliza Zé
Dirceu.
CNTT com informações do Blog do Zé
Dirceu
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