Lideranças da CUT, do PT e de movimentos
sociais lançaram, em Sorocaba, no último sábado, dia 18, a Campanha
Nacional pela democratização da mídia. A Central sindical é uma das
coordenadoras da iniciativa no Estado de São Paulo. O objetivo é
recolher 1,3 milhão de assinaturas para um projeto de lei de
iniciativa popular que pede uma nova lei sobre comunicações no
Brasil. (Foto:Lançamento da Campanha em Sorocaba -
Divulgação)
"O novo marco regulatório das comunicações
é uma necessidade urgente para o Brasil. A lei atual já tem 50 anos
e não acompanhou as mudanças das últimas décadas, especialmente os
avanços tecnológicos na comunicação. O projeto de lei propõe mais
democracia e diversidade, além de evitar o monopólio da informação
nas mãos de uns poucos e poderosos grupos de comunicação, que é o
que acontece hoje", afirma Márcia Regina Gonçalves Viana,
secretária de comunicação da CUT na região de Sorocaba e presidente
do Sindicato dos Trabalhadores no vestuário.
O lançamento da campanha aconteceu durante um debate na sede do
Sindicato dos Metalúrgicos. Participaram do evento Adriana Oliveira
Magalhães, secretária de comunicação da CUT estadual; Leonardo
Severo, jornalista, escritor e um dos fundadores do Centro de
Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; e a deputada federal
Iara Bernardi.
Pressionar o Congresso
Iara disse que as organizações sociais estão no caminho correto ao
pressionar o Congresso Nacional por mudanças na legislação. "A
mídia democrática está dentro do plano de governo do PT. Mas a
sociedade civil tem que fazer sua parte e pressionar para que a
Câmara e o Senado coloquem o assunto em pauta e aprovem as
mudanças, que depois poderão ser promulgadas pela presidenta
Dilma", afirmou a deputada, que pediu empenho dos movimentos
sociais também pela aprovação da reforma política e da reforma
tributária no Brasil.
A deputada, no entanto, alerta que a batalha pela pluralidade e
diversidade da comunicação não será fácil. "Quando se trata de
veículos de comunicação, o jogo é bruto. Poucas corporações
controlam a mídia e elas têm interesses contrários à
democratização", afirma.
Interesses feridos
Para Adriana Magalhães, a investida das corporações contra a
proposta de democratização da mídia já começou. "Já há um movimento
dos grupos que dominam os meios de comunicação, especialmente a TV,
que nos acusa de defender a censura. Mas nossa proposta é o oposto
disso, é ampliação do direito de comunicação. Eles difamam nosso
projeto porque não querem perder espaço.
"Eles querem manter o monopólio da comunicação em massa", afirma a
secretária estadual da CUT.
"Nosso ideal de comunicação é que todas as entidades e movimentos
sociais tenham direito à voz na comunicação nacional, com espaço
próprio em rádio, TVs e jornais. Queremos também a participação da
sociedade nos rumos da mídia em uma conselho nacional de
comunicação", explica Adriana.
Segundo a secretária da CUT estadual, 441 veículos de comunicação
no Brasil estão sob responsabilidade de seis famílias [entre elas
Marinho, Mesquita, Frias e Civita]. "Isso não é democrático. Isso é
que promover a censura", indigna-se Adriana.
Mais opções de mídia
Para o jornalista Leonardo Severo, o estabelecimento de um novo
marco regulatório da comunicação no Brasil, mais plural e
democrático, "vai permitir que a população tenha opções de mídia
que não banalizem a violência, que não induzam à erotização precoce
das crianças, não estimulem o consumismo desenfreado e não imponham
gostos culturais para a sociedade".
Segundo Leonardo, as organizações sociais e sindicatos têm papel
importante não somente na defesa de uma nova lei, mas também como
produtor de novas opções de comunicação. "O primeiro passo dos
movimentos sociais é encarar a comunicação não como gasto, mas como
investimento. Sei que o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, por
exemplo, vem fazendo isso. Os sindicatos devem valorizar o diálogo
não somente com suas bases, mas também com o conjunto da sociedade.
Isso é sindicalismo cidadão", defende o jornalista.
Além de proferir palestra, Leonardo Severo também lançou em
Sorocaba o livro "Latifúndio Midiota - Crimes, Crises e Trapaças",
que trata da dominação da mídia por grandes conglomerados
econômicos de comunicação na América Latina. A obra também narra a
forte reação desses grupos de mídia contra a eleição de lideranças
populares em países como Venezuela e Bolívia.
Entre as entidades representadas no evento estavam os sindicatos
dos metalúrgicos, dos rodoviários, dos papeleiros, dos jornalistas
e dos trabalhadores no vestuário; movimento pela igualdade racial;
UFSCar; integrantes de rádios comunitárias, Diretório Municipal do
PT e os vereadores Izídio de Brito, Carlos Leite e Francisco
França.
O projeto de lei
Entre as propostas do projeto de lei sobre Comunicações estão a
regulamentação da Constituição para promover a cultura nacional, a
pluralidade e a diversidade de ideias; a proibição de concessão de
rádio e TV para políticos e a garantia de produção de conteúdos
regionais com profissionais locais.
O projeto também inclui a criação de limites de tempo para
publicidade em concessões públicas de mídia; o aumento de canais
públicos de comunicação; o combate ao monopólio, impedindo que as
emissoras de rádio, TV e jornal tenham um mesmo dono nas grandes
cidades.
Nos materiais de divulgação da campanha a CUT ressalta que "todas
as democracias consolidadas (EUA, França, Portugal e Alemanha,
entre outras) têm mecanismos democráticos de regulamentação dos
meios de comunicação".
Como assinar o projeto
Os interessados podem baixar o formulário de assinaturas do projeto
de lei de iniciativa popular no site www.cutsp.org.br.É possível
assinar o projeto também nas sedes dos sindicatos filiados à CUT na
região de Sorocaba. A Central pretende colher 1,3 milhão de
assinaturas até outubro deste ano.
Com informações do
Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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