O encontro do
Macrossetor Comércio, Serviços e Logística, que ocorreu na terça e
quarta-feira, dias 12 e 13, em São Paulo, reuniu as lideranças
sindicais que definiram as prioridades para confederações,
federações e sindicatos. Entre essas prioridades destacam a
importância de unificar a data-base, dividir uma pauta comum e
combater a rotatividade e a terceirização do emprego.
Os dirigentes ressaltaram também a necessidade de promover
campanhas para combater práticas antissindicais e acabar com o
financiamento da desnacionalização das empresas por meio de
recursos públicos a partir do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), do Fundo de Garantia (FGTS) e dos fundos de pensão.
Para o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, a troca de
experiência entre os ramos e a criação de uma coordenação com os
presidentes de cada uma das confederações envolvidas é essencial
para que a Central tenha propostas concretas de melhorias das
condições de trabalho.
O Secretário-adjunto de Organização, Valeir Ertle, valorizou o
comprometimento das entidades para além dos interesses de cada
organização. “Se esse encontro servisse apenas para romper o
corporativismo, já teria sido um sucesso. Mas, ficou bem claro que
ainda vai resultar em ações e estratégias conjuntas”, disse,
citando lutas que unificam entidades como a Confederação Nacional
dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Confederação do
Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), contrárias à
transferência para o comércio de atividades que são
responsabilidade dos bancos.
Lutas
Segundo Nobre, o próximo passo é pressionar o governo federal para
que realize as conferências do direito do consumidor – na qual será
discutido o setor financeiro – e da educação e qualificação
profissional, ampliando o acesso ao debate de questões presentes no
encontro.
“No setor de comércio e serviços as pessoas têm, em média, nove
anos de escolaridade, há ainda analfabetismo no campo, os cursos
profissionais, para quem vai trabalhar na indústria, quando são
privados, custam em média de R$ 1.200. São proibitivos”, critica o
dirigente.
A terceirização e a
rotatividade também estão na agenda da Central. Uma luta que exige
unidade entre as representações sindicais. “O assunto está sendo
discutido no Congresso, mas a CUT estará mobilizada ao lado das
outras centrais para combater esse mal. Nem toda terceirização é
predatória, mas temos que ter uma regulação que não permita a
retirada de direitos e a desorganização dos sindicatos”, comentou
Sérgio Nobre.
Valeir falou também sobre a responsabilidade do poder público no
processo de terceirização. “Hoje, um dos maiores contratadores de
mão de obra terceirizada é o Estado, tanto federal quanto estadual
e municipal. E não se preocupa com as relações de trabalho, mas
apenas em fazer licitação e conseguir menor preço”.
CUT é a central de maior representatividade
Pela manhã, o secretário nacional de Organização da CUT, Jacy
Afonso, fez uma pormenorizada radiografia do macrossetor, “que tem
aumentado sua participação no PIB e na geração de empregos na
medida em que o governo aumenta a renda, amplia o crédito e
estimula o consumo”. Assim, se em 1995, o segmento era responsável
por 45% dos ocupados, lembrou, “em 2011 já respondia por 52% das
ocupações”.
O quadro é de expressivo crescimento, com a CUT se afirmando como a
central de maior representatividade também entre os cerca de 2,5
milhões de filiados aos 3.598 sindicatos do macrossetor,
“alcançando 32%, seguida pela UGT (21%), NCST (12%) e Força
Sindical (11%)”, apontou. Com base na responsabilidade desta
liderança, acredita Jacy, a entidade deve ampliar sua ação sindical
de combate à desigualdade, à precarização e à terceirização,
lutando por maior qualificação profissional e equidade de gênero.
Levantamento do Ministério do Trabalho aponta que o rendimento
feminino no macrossetor é de apenas 59,97% do salário
masculino.
Jacy também defendeu que categorias como a do serviço doméstico,
que conta com seis milhões de trabalhadoras e trabalhadores,
representando 12,5% do macrossetor, “precisam ter ampliada a sua
taxa de sindicalização, a fim de que seus direitos sejam
assegurados”.
Papel do Estado
Da mesma forma que nas mesas do dia anterior, o papel do Estado
também esteve em discussão no encerramento do encontro.
Para Nobre, a relação do governo federal com os movimentos sociais
tem deixado a desejar quanto o assunto é a concessão de empresas
públicas para a iniciativa privada.
“O Estado precisa cuidar da gestão, em especial dos setores
estratégicos, como portos, aeroportos e comunicação. Isso tem a ver
com a soberania e a segurança do país. A gente lamenta porque esse
processo tem sido feito sem ouvir os trabalhadores. É importante
que essas concessões sejam amplamente debatidas conosco porque não
é de interesse do país criar condições precárias de trabalho. Até
agora estamos excluídos dessa discussão.”O encontro aprovou, inclusive, um dia nacional
de lutas contra a política de concessões dos setores estratégicos,
com data ainda a definir.
A
Secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães, defendeu
que cabe ao BNDES priorizar as empresas nacionais na oferta de
créditos.“O BNDES libera
milhões para empresas privadas no processo de concessão, enquanto
as estatais estão abandonadas, quando deveria discutir de fato uma
forma de tornar as empresas estatais mais
eficazes.”
Conforme o secretário de Finanças
da CUT, Quintino Severo, “o Estado precisa continuar cumprindo seu
papel de indutor do desenvolvimento político e
social”.
Na avaliação do secretário de
Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, há um amadurecimento na
tomada de consciência de que a concessão de serviços essenciais,
como os de energia e de transporte, é um desserviço ao país e ao
povo brasileiro. “Esse
encontro reforça a posição política da Central de que cabe ao
Estado garantir o financiamento e os serviços de infraestrutura
como o dos portos, aeroportos e estradas, mantendo seu caráter
público”, acrescentou.
Próximos
passos
Após os encontros dos
macrossetores Indústria, Serviço Público, Comércio, Serviços e
Logística, a CUT deve promover em maio o último debate, com os
rurais.
A seguir, com o apoio de um
representante de cada região do país, a Central organizará uma
coordenação para elaborar propostas que, imediatamente, serão
entregues à presidenta Dilma Rousseff.
Com informações da
CUT
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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