Sob
protestos da militância da CUT e da CTB, que lotou o plenário 15 da
Câmara dos Deputados com faixas e cartazes contra a precarização, a
Comissão Especial de Estudos para Regulamentação da Terceirização
aprovou na quarta-feira, 23 a proposta que libera a terceirização
para todas as atividades.
Ao abrir a reunião, o presidente da
Comissão, deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), falou em um tom
contrariado que havia recebido uma carta do presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro João Oreste Dalazen. Mabel não
falou qual o conteúdo da carta, apenas reclamou do que parece ter
julgado uma interferência do ministro.
Segundo ele, os membros da comissão
tentaram marcar uma audiência com o ministro para discutir o
substitutivo do deputado Roberto Santiago (PV-SP) ao Projeto de Lei
4330, de sua autoria, mas não conseguiram. Para Mabel, a carta
representa a opinião pessoal de Dalazen e não a do TST, portanto, é
“unilateral”. Ele encerrou dizendo: “Aqui quem vota somos
nós”.
O deputado Vicentinho (PT-SP) pediu a
palavra e disse que também recebeu uma carta de Dalazen.“O ministro
apoia o substitutivo que eu apresentei”, disse o deputado petista,
acrescentando: “É importante lembrarmos que o substitutivo que está
sendo votado por esta comissão promove uma reforma equivocada da
legislação e, com isso, a precarização do trabalho. Ou seja,
aumento da jornada, redução dos salários e desrespeito a questões
fundamentais como saúde e segurança no trabalho”, argumentou
Vicentino.
A
votação
Deputados das bancadas do PT e do PCB trabalharam
fortemente para impedir a votação, tentaram derrubar
o número requerido de assistentes a uma sessão
parlamentar,
mas não conseguiram, pois tinham um número reduzido de deputados na
comissão.
A proposta que precariza as condições de
trabalho foi aprovada por 14 votos a 2. Entre os deputados que
votaram a favor, dois são oriundos do movimento sindical: Paulo
Pereira da Silva (Força Sindical/PDT) e Santiago (UGT).
Quando encaminhou seu voto contra o PL,
Vicentinho comemorou o fato de que a comissão especial não tem
poderes para encaminhá-lo ao plenário. “Esta Comissão pode apenas
dar a sua opinião”.
Segundo ele, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para onde
o PL será encaminhado, pode aceitar ou não esta opinião. É na CCJ,
portanto, que o movimento sindical e a sociedade civil organizada
tem de atuar para impedir que o parlamento brasileiro legalize a
precarização do trabalho, alertou
Vicentinho.
4
centrais sindicais se unem contra o projeto
Além de CUT, CTB e Nova Central, a CGTB também é
contra o substitutivo de Roberto Santiago. Representantes da CGTB
procuraram sindicalistas da CUT nesta quarta para manifestar sua
posição contrária. Com isso, caiu por terra a versão mentirosa que
circulou na Câmara de que existia consenso das 6 centrais a favor
desta proposta. Vários deputados, inclusive das bancadas que sempre
votaram a favor da classe trabalhadora chegaram a acreditar na
versão mentirosa.
O presidente da CUT Nacional, Artur
Henrique, afirmou que e tercerização piora as condições de
trabalho. “O único consenso que temos é o de que a terceirização
piora as condições de trabalho e a qualidade de vida do
trabalhador”, disse.
Para o secretário de Relações do
Trabalho da CUT, Manoel Messias, a atuação das centrais sindicais
contrárias a aprovação da proposta que precariza o trabalho foi
fundamental para o movimento sindical ganhar tempo e debater melhor
o tema. “Ficou claro que a pressa
para votar este substitutivo era de total interesse dos
empresários, mas este ano o projeto não tem mais como ser votado”.
Artur e Messias comemoram o fato de que, na CCJ, o movimento
sindical vai ter oportunidade de debater o mérito e o conteúdo da
proposta de regulamentação da terceirização com mais
qualidade.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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