Presidente do Banco Mundial defende a igualdade de gênero

Robert B. Zoellick faz uma análise sobre a importância da mulher no mercado de trabalho.


Publicação: 29/09/2011
Imagem de Presidente do Banco Mundial defende a igualdade de gênero

O Portal CNTT-CUT/SP divulga a seguir o artigo “A igualdade de gênero” do presidente do Banco Mundial , Robert B. Zoellick, que foi publicado no Valor Econômico, nesta quinta, dia 29. O artigo destaca a importância da participação da mulher na economia mundial e no mercado de trabalho, já que elas representam 40% do trabalho global, sendo em grande parte empreendedoras e agricultoras. Os números mostram que as mulheres ganham menos que os homens, 22% a menos no México, 40 % na Alemanha e na Índia. As mulheres brasileiras são proprietárias de 11% das terras que geralmente são menores do que as dos homens. O presidente do Banco Mundial ainda destaca que mais mulheres no mercado de trabalho contribuem para o desenvolvimento de sua família e fortalecem a economia.

Leia na íntegra o artigo do presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick.

 

A igualdade do gênero

Nos últimos 25 anos, o mundo deu importantes passos para reduzir o fosso entre homens e mulheres em termos de educação, saúde e trabalho. Hoje, meninos e meninas participam em pé de igualdade no ensino primário na maioria dos países em desenvolvimento. Em um terço desses países, muitos na América Latina, o número de meninas que frequentam as escolas secundárias é maior que o de meninos. Há mais mulheres do que homens nas universidades em mais de 60 países.

As mulheres estão usando a educação para participar cada vez mais da força de trabalho, diversificando o seu tempo para não limitar-se às tarefas domésticas e a cuidar das crianças, contribuindo assim para moldar as comunidades, economias e sociedades às quais pertencem. As mulheres são mais de 40% da força de trabalho global e representam uma grande parte dos empreendedores e agricultores do mundo.

No entanto, outras dimensões de igualdade mostram um quadro perturbador.

Meninas que são pobres, que vivem em áreas remotas ou pertencem a grupos minoritários ainda não têm as mesmas facilidades para ir à escola como os meninos. As mulheres estão mais propensas que os homens a ter trabalho de baixa remuneração, cultivar terras pequenas demais e gerenciar micro empresas nos setores menos rentáveis. Importantes passos para reduzir o fosso entre homens e mulheres foram dados. As desigualdades no mercado de trabalho diminuíram bastante, mas muito mais pode ser feito para acabar com a marginalização econômica das trabalhadoras.

Sejam trabalhadoras, agricultoras ou empresárias, as mulheres ganham menos do que os homens: 22% a menos no México, 40% menos na Alemanha e na Índia. No Brasil, elas são proprietárias de cerca de 11% das terras e suas propriedades são sistematicamente menores do que as dos homens. Mulheres - especialmente aquelas que são pobres - se envolvem menos do que os homens em decisões domésticas e têm menos controle sobre os recursos da família. A participação e representação feminina nos negócios e na política é consideravelmente menor do que a dos homens, com pouca diferença entre países pobres e ricos.

Embora as desigualdades de gênero no mercado de trabalho tenham diminuído mais rápido na América Latina do que em qualquer outra região do mundo em desenvolvimento, muito mais pode ser feito para acabar com a marginalização econômica das mulheres. Remover as barreiras que impedem o acesso das mulheres a certas profissões e setores poderia aumentar a produção por trabalhador de 3% a 25%, dependendo do país.

Está provado que colocar recursos nas mãos das mulheres não beneficia só a elas, mas também seus filhos, que têm mais acesso à saúde e nutrição de qualidade e podem alcançar um melhor desempenho escolar.

Dar às mulheres os meios para que usem suas habilidades e aptidões pode aumentar a competitividade dos países e sustentar seu crescimento. É um recurso valioso e subutilizado nesta economia global incerta. Durante a crise internacional de 2008, a renda das mulheres ajudou muitas famílias a se manterem à tona, daí a importância de assegurar que sua produtividade e rendimentos não sejam limitados por barreiras de mercado ou institucionais, ou pela flagrante discriminação.

Esse desafio diz respeito não apenas aos países em desenvolvimento. Em todo o mundo, uma em cada dez mulheres sofrerá abuso sexual ou físico por um parceiro ou conhecido durante a sua vida.

Um novo relatório do Banco Mundial pede ação em quatro áreas: abordar as questões de capital humano por meio de investimentos em água limpa e cuidados maternos, e programas específicos para reduzir as desvantagens na educação; acabar com as diferenças de renda e produtividade entre homens e mulheres, melhorando o acesso a recursos produtivos, serviços de água e eletricidade e cuidados infantis; aumentar a participação das mulheres nas decisões tomadas dentro de famílias e sociedades; e reduzir a desigualdade de gênero nas gerações futuras, investindo na saúde e na educação de meninos e meninas adolescentes, criando oportunidades para melhorar suas condições de vida e oferecendo informações sobre planejamento familiar.

Uma política bem focalizada pode ser decisiva. A base mais sólida para chegarmos a soluções sustentáveis é o esforço conjunto das famílias, setor privado, governos, agências de desenvolvimento, instituições religiosas e sociedade civil.

Mesmo nas sociedades mais tradicionais e nas aldeias mais pobres, notei que, quando as mulheres têm a chance de aumentar a renda de suas famílias, a desconfiança - e mesmo a hostilidade inicial - dos homens rapidamente se dissipa.

No entanto, as pessoas muitas vezes precisam de um projeto transformador. O Banco Mundial investe em questões de gênero em parte porque os benefícios econômicos são substanciais.

Promover a igualdade de gênero é a coisa certa a se fazer. Também é uma sólida medida econômica.


Robert B. Zoellick é presidente do Banco Mundial



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