A Câmara dos Deputados concluiu na quinta, 22, a votação do projeto
que regulamenta a Emenda Constitucional nº 29, estabelecendo
percentuais mínimos de investimentos públicos na área de saúde. Por
255 votos a favor, 76 contra e 4 abstenções, os deputados
rejeitaram o artigo que estipulava a base de cálculo da
Contribuição Social para a Saúde (CSS), inviabilizando, na prática,
a criação do tributo.
Todos os líderes orientaram as bancadas a votar contra a CSS,
exceto o PT. "Esta Casa já decidiu pela criação do imposto e face à
urgência dessa matéria, a Câmara sinaliza para o povo brasileiro
que nós queremos resolver imediatamente o tema da saúde e continuar
o debate que possibilitará mais recursos [para o setor]", discursou
o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), na tribuna.
O partido patrocinou a criação do tributo em 2008, quando foi
aprovado o texto base de regulamentação da Emenda 29. A legenda
julgou que seria incoerente seguir a maioria e votar contra a
criação da CSS, embora o líder do governo na Câmara, Cândido
Vaccarezza (PT-SP), tenha liberado a bancada para votar contra ou a
favor do imposto.
Embora os deputados tenham rejeitado a criação de outra CPMF, o
discurso majoritário é de que é preciso buscar novas fontes de
financiamento para a saúde. A preocupação também foi reforçada
durante almoço promovido pelo presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), que reuniu a ministra das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, líderes da base e da oposição, 14 governadores, cinco
vices, além de representantes de diversos Estados.
Entre as propostas apresentadas, a que obteve maior apoio dos
governadores foi a de mudar o indexador da dívida dos Estados com a
União, que hoje é o IGP-DI, para outro índice, como o IPCA, e
aplicar na saúde a diferença do que seria comprometido com o
pagamento das dívidas com o governo federal.
Emenda 29
Marco Maia anunciou ao final do encontro a criação de uma comissão
especial para discutir soluções que ampliem os recursos destinados
ao setor. Embora a Câmara demonstre disposição em continuar
debatendo o assunto, o projeto de regulamentação da Emenda 29 segue
para nova apreciação do Senado, onde o texto ainda pode sofrer
alterações e, por isso, atrai o olhar atento do Executivo.
A Casa não pode incluir nova matéria, como uma nova base de cálculo
para um imposto, mas pode retomar texto apresentado pelo ex-senador
Tião Viana (PT), atual governador do Acre. O mecanismo, que será
combatido pela ala governista, vincula à saúde 10% da receita
líquida da União. Pela regra atual, o governo federal deve destinar
ao setor o que gastou no ano anterior, mais a variação do Produto
Interno Bruto (PIB).
Os senadores da base aliada também terão a missão de derrubar o
trecho do projeto que exclui os recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb) da Emenda 29. Nas contas do
Ministério da Saúde, tal artigo pode retirar cerca de R$ 6 bilhões
da saúde.
Em Porto Alegre, o presidente da República em exercício, Michel
Temer (PMDB), disse que o governo vai "levar em consideração" a
proposta dos governadores de alteração no indexador das dívidas dos
Estados com a União como alternativa de financiamento para a
saúde.
"Isto já está sendo cogitado pelo governo há bastante tempo", disse
Temer. "Já houve manifestações de alguns governadores que
procuravam esta renegociação da dívida, mas se hoje [quinta, 22]
houve uma decisão mais conjunta em Brasília o governo vai examinar
as possibilidades econômicas e financeiras de fazer esta
re-equação", reforçou, referindo-se à reunião de Marco Maia com
líderes e governadores.
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