A CUT vai
propor ao governo federal a elaboração de um contrato coletivo
nacional para o setor de portos. Para isso, vai cobrar a instalação
de uma mesa de negociação tripartite, a exemplo do que está
ocorrendo no ramo da construção civil.
A proposta foi amadurecida entre os dias 6 e 7 de julho, após a
CUT-Ceará ter realizado atos e paralisações no Porto do Pecém, como
parte do Dia Nacional de Mobilização convocado pela Central, e
depois de o presidente Artur Henrique ter dialogado com os
dirigentes sindicais cutistas que atuam naquele local de
trabalho.
Como foi observado nos canteiros de obra das usinas de Jirau e Belo
Monte, há diversos problemas no porto de Pecém. “Terceirização e
quarteirização de mão de obra, salários diferentes para funções
iguais, jornadas extensas de trabalho e muitos acidentes. O cenário
exige uma intervenção mais detalhada e permanente”, comentou Artur
Henrique.
O Porto de Pecém fica na região metropolitana de Fortaleza. Já tem
dez anos de atuação e, neste momento, passa por uma obra de
ampliação. Um terminal de múltiplo uso está sendo construído, com
prazo de conclusão anunciado pelo governo federal para agosto. A
previsão não deve se confirmar, segundo os trabalhadores do local,
mas para tentar evitar que isso ocorra os responsáveis estão
acelerando o quanto podem as obras.
No trabalho de carga e descarga, há 2 mil trabalhadores. Já nas
obras de construção do novo terminal, outros 2 mil operários.
Desde setembro do ano passado até abril, houve quatro mortes. Na
operação do porto propriamente dita, um trabalhador morreu esmagado
por uma corrente e outro por ter sido atingido por uma bobina de
aço. Nas obras, dois operários morreram, um que estava sobre a
esteira que transporta minérios e o outro ao ter sido atingido por
uma peça de grandes proporções.
“O trabalhador está sendo esquecido”, diz Hernesto Luz Cavalcante,
assistente de logística contratado pela estatal Ceará Portos,
coordenador do Fórum Unificado dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Complexo Industrial e Portuário de Pecém (FUTTCIPP), criado para
organizar as diversas categorias que atuam lá e poder pressionar
por mudanças na realidade de trabalho do porto. Cavalcante também é
dirigente do Mova-se, sindicato que representa os funcionários
públicos do estado.
No dia 5 de maio, os trabalhadores do Pecém paralisaram as
atividades por 12 horas. No dia 20, repetiram a mobilização. No dia
6, a CUT-Ceará concentrou as mobilizações do período da manhã no
porto.
Cavalcante também chama a atenção para a forma híbrida como o porto
é gerenciado – como outros pelo Brasil. Parte da operação cabe aos
governos estadual e federal, que inclusive obedecem ao Órgão Gestor
de Mão de Obra dos Portos (Ogmo), que estabelece regras mais
abrangentes para proteção dos direitos.
Outra parte das operações fica por conta de empresas que ganham a
concessão através de licitação. “Por conta disso, essa parte dos
portos está submetida ao interesse das multinacionais Hamburg Sud e
Maesk”, diz Cavalcante.
Com a elaboração e entrada em vigor de um contrato coletivo
nacional para os portos – considerando as especificidades do setor
– a CUT quer garantir o respeito aos direitos trabalhistas e
humanos e também criar mecanismos de supervisão do uso de recursos
públicos, como forma de exigir a destinação social do dinheiro, e
não mais o financiamento de projetos sem compromisso com a mão de
obra e as comunidades.
Com informações da CUT Ceará
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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