Fentac defende permanência da Infraero na gestão de aeroportos

A entidade cobrou diálogo entre o governo e os trabalhadores do setor.


Publicação: 20/06/2011
Imagem de Fentac defende permanência da Infraero na gestão de aeroportos

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Aviação Civil (Fentac) e secretário geral da CNTT-CUT, Celso Klafke, criticou os planos de privatização dos aeroportos brasileiros e cobrou diálogo entre o governo e os trabalhadores do setor. “O governo tem dinheiro para investir na Infraero e nos aeroportos. Até porque esses aeroportos que querem entregar à iniciativa privada são grandes aeroportos, muito rentáveis”, afirmou em entrevista à “Rádio Brasil Atual” na semana passada.
Segundo ele, no modelo proposto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os aeroportos “não rentáveis ficam com o Estado”. “É aquele negócio, privatiza o filé e estatiza o osso?”, questionou.
O presidente da Fentac relatou que “nos contatos que foram feitos, inclusive pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), que se reuniu com o ministro Gilberto Carvalho, foi dito que não existe ainda um modelo fechado de concessão. “De qualquer maneira, nós lamentamos, porque temos a plena convicção de que a Infraero tem, sim, capacidade para continuar a ser a gestora dos aeroportos”.

Estrutura
Dos 67 aeroportos administrados pela Infraero, quatro apresentaram resultados positivos acima de R$ 30 milhões em 2008. Exatamente os que se pretende entregar à “iniciativa privada”: Guarulhos (R$ 340,7 milhões), Campinas (R$ 108,3 milhões), Congonhas (R$ 102,4 milhões) e Curitiba (R$ 34,7 milhões). Os demais apresentaram resultados insuficientes para remunerar o capital investido. Ainda assim, em termos de geração de resultado, em 2008, a Infraero obteve lucro antes dos investimentos de R$ 372,7 milhões. “A alteração na composição dos aeroportos administrados pela Infraero, sem a devida avaliação dos impactos decorrentes, pode gerar sérios danos à rede aeroportuária nacional, com repercussões em termos de segurança e qualidade dos serviços”, alerta o SINA.

Copa 2014
Celso Klafke rebateu ainda o argumento de que as obras para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 exigem a entrega dos terminais aos consórcios privados. “É uma falsa discussão. Se fizer um grande esforço naqueles dias [com menor movimento], as coisas vão funcionar. É só aproveitar melhor os horários ociosos”, afirmou.
“Um dos grandes discursos nas eleições foi, mais uma vez, a questão das privatizações. Para nós é dolorido fazer essa discussão, mas temos que fazer e vamos discutir”, disse o presidente da Fentac.
Na última semana, a Anac publicou o edital de privatização do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal (RN), que pretende usar como modelo para a entrega de terminais nos aeroportos de Guarulhos (SP), Brasília, Viracopos (Campinas), Confins (MG) e Galeão, no Rio.
Pelo Edital da Anac, o preço mínimo de outorga deverá ser de R$ 51,7 milhões, que começa a ser pago só depois de 37 meses, parcelado em 25 anos. O consórcio que vencer o leilão explorará um aeroporto que já recebeu investimentos da ordem de R$ 250 milhões dos cofres públicos, na construção das pistas e do pátio do aeroporto, obras que estão sendo executadas pelo Batalhão de Engenharia do Exército, com 80% delas concluídas.
É um esquema que não é defendido nem pelas empresas aéreas, que seriam liberadas de entrar nos consórcios. O vice-presidente Comercial da TAM, Paulo Castello Branco, advogou na quarta-feira ,18, em audiência pública na Câmara dos Deputados, o modelo norte-americano, chamado de “misto”. “O que desejamos é que haja uma governança capaz, que de fato a infraestrutura aeroportuária funcione”.
Celso Klafke reconhece que “existem problemas de infraestrutura” no sistema aeroportuário. “Por outro lado, a gente acha que existem soluções que não seja privatizar”, concluiu. 
 

Com informações da FENTAC-CUT



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