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Os presidentes da CUT, Artur
Henrique, e da CNTT-CUT, Paulo João Estausia, criticaram o péssimo
acordo salarial fechado pelo sindicato dos condutores de São Paulo
filiado à Nova Central, que "rifa" os cobradores, comparando-o à
luta do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba pela criação da
função do Agente de Bordo.
Confira a íntegra do
artigo do presidente da CUT:
Há alternativa ao fim dos cobradores
de ônibus e à demissão deles. O exemplo vem de Sorocaba. Ao
contrário do que vai ocorrer em São Paulo, sindicato em Sorocaba
ajudou a criar a figura do "agente de bordo". Um acordo foi fechado
entre o sindicato dos condutores de São Paulo (filiado à Nova
Central) e as empresas de transporte rodoviário urbano,
evidentemente com a anuência do prefeito Gilberto Kassab, para
extinguir a função de cobrador de ônibus.
Acordo ruim. Apesar das empresas afirmarem que irão dar novas
funções a esses trabalhadores - nas oficinas, nos escritórios, nas
garagens - não há como ter certeza que dentre eles alguns serão
despedidos. Afinal, haverá demanda por mão-de-obra nos outros
setores das empresas de ônibus? Resta ainda a dúvida se estarão os
cobradores prontos para assumir tais vagas - vagas que, se
existirem, demonstrariam quão desassistidos estariam departamentos
como o de manutenção das frotas, essencial para a segurança da
população. O risco de demissões, portanto, existe, o que por si só
já basta para classificar esse acordo como ruim.
Mas há outras consequências negativas no horizonte, como
comprovaram experiências anteriores. O aumento do número de
passageiros que viaja sem pagar vai aumentar. Isso ocorreu, por
exemplo, em Sorocaba (SP), que em 1992 instalou catracas
automáticas nos ônibus da cidade e viu a evasão atingir até 15% do
total de passagens pagas anteriormente. Isso não é o pior, no
entanto.
Apesar da existência do bilhete único, que dispensa o uso do
dinheiro para pagar passagem, nem todos os passageiros possuem o
seu. E outros que têm o bilhete precisam carregá-lo, vez ou outra,
quando o saldo é insuficiente para pagar a passagem. Essas
circunstâncias vão aumentar o tempo de parada dos ônibus nos pontos
de embarque e desembarque, já que o motorista terá de se ocupar em
fazer troco ou carregar cartões. O trânsito na cidade, que já não é
bom, ganhará novo complicador.
E os motoristas acumularão função, o que é absolutamente condenável
do ponto de vista de um sindicalismo combativo. A ameaça de
extinção do cargo de cobrador de ônibus também paira sobre a
categoria que trabalha na região do Grande ABC - ameaça agora
reforçada pela decisão tomada em São Paulo.
E esse é um dos motivos da greve que paralisa o setor nas seis
cidades do ABC - menos em Diadema, onde a empresa de transporte é
pública.
Há alternativas. Um bom exemplo vem da já citada Sorocaba, onde o
sindicato da categoria é filiado à CUT. O sindicato, após mais de
10 anos de insistência, conseguiu fechar acordo com a empresa que
administra os transportes para criar o cargo de "agente de bordo",
um trabalhador que auxilia os passageiros em tudo que for
necessário - informações sobre itinerário, embarque de cadeirantes,
acomodação de bagagens - e, também, cuida para que passageiros não
pulem a catraca sem pagar.
O fato de passageiros pularem a catraca não é, nem de longe, a
principal preocupação do sindicato dos condutores de Sorocaba, mas
serviu de argumento junto à prefeitura para criar a figura do
"agente de bordo". Até o momento, foram contratados 230
trabalhadores para essa tarefa. O objetivo é chegar a 500. A frota
de ônibus urbanos de Sorocaba é composta por 400
veículos.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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