Foto: SECOM/CUTSP
Feministas da CUT São Paulo, da Marcha Mundial das Mulheres e do Levante Popular da Juventude, entre outras organizações, realizaram nesta quarta (16), no Metrô República, um apitaço contra o ‘vagão rosa’.
O protesto é um repúdio ao Projeto de Lei (PL) nº 175/2013, recém aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo, que obriga as empresas de transporte de trem e metrô a reservarem ao menos um vagão exclusivo às mulheres, como forma de combater o assédio nas composições do Metrô e da CPTM.
Em cerca de 40 minutos, oito mil folhetos foram distribuídos às usuárias/os da estação, alertando para os perigos da medida na prática, caso o PL seja sancionado pelo governador Geraldo Alckmin. O Metrô República, lotado, repleto de filas até nas escadarias, é só mais uma prova concreta de que o transporte coletivo não tem condições de se adequar ao ‘vagão rosa’.
“Ao invés de combater o assediador e o assédio, reforça que as mulheres fiquem separadas. Isso não vai resolver o problema do transporte coletivo e da violência. Precisamos de transporte de qualidade e segurança para andarmos onde quisermos e como quisermos”, aponta Sônia Auxiliadora, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP.
“Somos contra porque o vagão rosa é a segregação das mulheres e nos diz o seguinte: se ela entrar em outro vagão e for ‘encoxada’, não vai poder reclamar?”, questiona Sonia Maria dos Santos, militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM).
Na panfletagem, as mulheres também receberam um apito. “O que protege é a gente apitar bem alto, é retomar nossa voz, porque o machismo ensina a ficarmos caladas. Com nossa força e levantando bem alto a nossa voz, seremos ouvidas”, diz Lira Alli, do Levante Popular da Juventude. E completa: “Não tem vagão rosa na nossa vida”.
Próximos passos
A CUT encaminhará ofício ao governador Alckmin, ao Conselho Estadual da Condição Feminina e mensagem aos deputados/as contra a legislação, explica a secretária da CUT/SP
“Se o projeto for aprovado, vamos às últimas instâncias e iremos até o Palácio do Governo, se necessário”, promete Sônia, da MMM.
O PL nº 175/2013 foi aprovado em 3 de julho na Assembleia Legislativa de São Paulo, está em fase de elaboração da chamada Minuta de Autógrafo, documento que seguirá para sanção ou veto do governador, que terá 15 dias úteis para decidir. Caso seja aprovada, as empresas terão 90 dias para se adaptar à nova legislação.
Com informações da CUT/SP
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