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As greves dos entregadores colocaram
no debate público as possibilidades de
os trabalhadores montarem
suas próprias
plataformas, algo que já vem acontecendo em outros países. No
Brasil, há coletivos de entregadores e alguns deles já
estão se preparando para transformaram-se em cooperativas de
plataformas, como é o caso da FENAMOTO (Federação Nacional dos
Trabalhadores dos Motociclistas profissionais e autônomos), filiada
à CNTTL.
Confira algumas iniciativas divulgadas pela Digilabour
-- newsletter sobre mundo do trabalho e
tecnologia produzida por Rafael Grohmann,
professor do Mestrado e Doutorado em Ciências da Comunicação da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS):
Despatronados: iniciativa
dos Entregadores Antifascistas do Rio de
Janeiro que pretende em breve tornar-se
uma cooperativa de plataforma. Já funciona
como uma alternativa de trabalho e delivery mais justa. Eduarda
Alberto afirma que
a pretensão é construir uma cooperativa organizando-se de baixo
para cima e que as demandas estão muito altas. Eles
estão ampliando a equipe de
entregadores e definindo as taxas de deslocamento
Señoritas Courier: coletivo de bike entrega por mulheres e LGBTs em São Paulo com cerca de 40 pessoas. UOL publicou matéria sobre a iniciativa. Aline Os, do Señoritas, afirma que sua bandeira é melhorar as condições de trabalho dos entregadores;
Pedal Express: coletivo de ciclistas de Porto Alegre. Organizado horizontalmente, há atualmente nove pessoas que, ao mesmo tempo, fazem entregas e cuidam da gestão do coletivo. Seu objetivo é construir alternativas mais sustentáveis e ecológicas;
Buscar Express: cooperativa de motoqueiros que existe desde 1999 em Porto Alegre. Criada com objetivos de atender clientes insatisfeitos com as empresas tradicionais e gerar melhores condições de trabalho aos entregadores, a Buscar Express tem mais de 400 associados em atividade;
Ciclo Courier: empresa com gestão horizontal que oferece serviços de entrega de bicicleta desde 2012 no Rio de Janeiro. Segundo a iniciativa, todos os trabalhadores em direito à voz e ao voto, participando de vários processos decisórios. Consideram-se também uma empresa sustentável;
Feme Express: coletivo de motogirls entregadoras na Grande São Paulo;
Pedivento: coletivo de entrega da Grande Florianópolis intitulado “ciclo movimento” e que busca promover o ciclismo como alternativa sustentável à mobilidade urbana
Esperamos que experiências autogestionárias fortaleçam-se neste contexto de trabalho em plataformas.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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