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Nesta quarta-feira, dia 1º de julho, motociclistas, motoboys e motofretistas que trabalham para os aplicativos (Uber, Rappy, Ifood, Loggi, James, entre outros) preparam uma paralisação contra a precarização e por melhores condições de trabalho.
O movimento está sendo organizado pelas redes sociais e cresce a cada dia: trabalhadores de aplicativo da Argentina e de mais cinco países também irão parar.
Nessa luta, também está a FENAMOTO (Federação Nacional dos Trabalhadores Motociclistas Profissionais e Autônomos), filiada à CNTTL, que anunciou a mobilização de mais de 7,5 milhões de trabalhadores no Brasil.
Visando construir políticas para ajudar a categoria, lideranças da CNTTL, da FENAMOTO e do SINDMAAP/DF (Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transporte Privado Individual por Aplicativos no Distrito Federal) debateram os impactos da pandemia de COVID-19 em LIVE da Confederação --Modal-LIVE #7 -- no dia 22 de junho.
O debate contou com a presença de Rafael Grohmann, professor da UNISINOS e Doutor em Ciências da Comunicação da USP, que coordena uma pesquisa internacional que visa pressionar as plataformas digitais por melhores condições de trabalho.
O presidente estadual da FENAMOTO, Benedito Carlos dos Santos, mais conhecido como Natu, disse que no dia 1º de julho todos os motociclistas profissionais e autônomos irão desligar seus aplicativos como forma de protesto à falta de atenção das empresas de plataformas às reivindicações da categoria.
“Nós queremos ter condições de sentar na mesa com os representantes dos aplicativos e discutir todos os aspectos, desde a precificação, o valor de taxas e as condições de saúde, que são precárias. Exceto aqueles que trabalham com E-commerce, quem trabalha com delivery não pode tomar água, muitas vezes não têm no local ou não pode beber e ainda é proibido de usar o banheiro do estabelecimento que fez a entrega”, conta Natu.
Outras reivindicações são o aumento do valor por quilometro rodado, bem como valor mínimo e o fim dos bloqueios indevidos. “No passado tinha quilometragem completa, hoje o APP só paga até o ponto de entrega. Isso sem contar o pedágio que o profissional tem que pagar do bolso. Para os aplicativos está tranquilo, porque enquanto não unificamos a pauta, teremos esses obstáculos”, relata Natu.
O sindicalista ressalta que os motociclistas lutam pelo direito a ter recursos, hoje se são bloqueados não podem trabalhar, e de fazer uma acareação com o aplicativo, para se apurar a verdade.
“Nós pretendemos também levar nossa pauta de reivindicações até a entidade representativa dos aplicativos para debater um acordo coletivo, ou individualmente se for o caso”, conta.
A FENAMOTO negocia com a ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline) que representa 93 plataformas digitais, entre elas, Uber, Rappy , Ifood, 99 e outras.
Organização internacional
Na Modal-LIVE da CNTTL, o professor Rafael Grohmann falou de experiências internacionais de entregadores de aplicativos que criaram uma plataforma de propriedade dos trabalhadores.
“Uma delas é Mensakas de Barcelona, que surgiu de uma greve que engajou milhares de entregadores do aplicativo Deliveroo (aplicativo de entrega de comida britânico) em várias cidades da Europa em 2017. Dessa luta coletiva foi fundado o sindicato RidersXDerechos”, explica.
A iniciativa foi de 30 dos entregadores grevistas demitidos pela Deliveroo que iniciaram um processo de auto-organização e lutas coletivas por seus direitos trabalhistas. Da organização no sindicato nasceu a cooperativa Mensakas.
A experiência dos espanhóis animou a FENAMOTO que está
conversando com o professor Rafael para construir uma proposta
semelhante de organização no Brasil.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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