card: Mídia Consulte
Faltando seis dias para o julgamento esperado pelos caminhoneiros autônomos brasileiros, que cobram que o Supremo Tribunal Federal (STF) aprove a constitucionalidade da Lei 13.703 que criou o Piso Mínimo do Frete, o advogado-geral da União, André Mendonça, protocolou na noite de quarta-feira (12/2) pedido para que o Supremo adie o julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 5.956, 5.959 e 5.964, que estão na pauta de julgamentos da próxima quarta-feira (19/2).
As ações contestam a constitucionalidade da MP 832 (já convertida na Lei 13.703/18) e da Resolução 5820/2018 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As ADIs foram apresentadas pela entidades patronais: Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil (ATR Brasil) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Na petição endereçada ao relator, ministro Luiz Fux, a AGU afirma que "nos termos dos artigos terceiro, parágrafo segundo e 139, V, do Código de Processo Civil, o Advogado-Geral da União requer a designação de audiência, como última tentativa de buscar-se a conciliação no âmbito desta Suprema Corte, seguindo na linha das providências que já vem adotando esse Ministro Relator".
Falácia das entidades patronais
Carlos Alberto Litti Dahmer, caminhoneiro autônomo na cidade de
Ijuí no Rio Grande do Sul, rebate o discurso das entidades
patronais de que a Lei do Piso Mínimo de Frete é inconstitucional e
que segundo as entidades interfere na livre iniciativa e no
mercado.
"É falácia dessas entidades patronais. O Piso Mínimo de Frete é
apenas o custo da operação de transporte, ou seja, é quanto o
caminhoneiro tem de despesa operacional para levar um produto do
ponto a para o ponto b. Não está colocado nesse custo a sua
lucratividade, que deverá ainda ser negociada frete a frete no
mercado", explica o caminhoneiro, que é diretor da CNTTL e
vice-presidente da CGTB.
Litti disse que os caminhoneiros não devem se desmobilizar diante dessa proposta de adiamento da sessão feita pela AGU, porque o julgamento continua agendado no dia 19/2. "Nós queremos trabalhar pelo piso máximo, e isso sim é o mercado quem regula, no entanto, necessitamos do Piso Mínimo de Frete por uma condição de sobrevivência, de dignidade e justiça social.
Ele completa: “Foi a nossa iminente paralisação que fez essa movimentação da AGU. Vamos continuar a mobilização permanente dia a dia e minuto a minuto”, disse.
Entenda a luta dos caminhoneiros autônomos pelo Piso Mínimo
de Frete
A conquista da Lei do Piso Mínimo de Frete aconteceu após a
histórica greve dos caminheiros, que parou 10 dias o Brasil em
2018, na gestão do então presidente Temer. Naquela época, os
caminhoneiros autônomos exigiram o cumprimento de uma pauta antiga
de reivindicações da categoria, entre elas, a criação desse
Piso Mínimo do Frete -- luta que se arrastava há 20 anos.
A partir daí foi criada a Medida Provisória 832/2018 que criou uma
Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas,
colocando um fim a maior greve de caminhoneiros da história do
país.
Em agosto daquele ano, finalmente foi sancionada a Lei nº 13.703 da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.
“Nós ganhamos, mais ainda não levamos
Embora a greve tenha conquistado a Lei do Piso Mínimo do Frete, na prática os caminhoneiros têm encontrado dificuldades por causa do não cumprimento por parte das empresas.
“Nós ganhamos, mais ainda não levamos. As empresas descumprem a Lei, não fazem o pagamento mínimo. O piso mínimo do frete nada mais é do que uma planilha de custos, para o caminhão poder se deslocar", explica Litti Dahmer.
O caminhoneiro disse que falta a implementação efetiva da Lei e culpa a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de ser "ineficiência" e "morosa" porque não está fiscalizando quem deveria fiscalizar.
Esalq-Log
O atual governo propôs à ANTTL a contratação da renomada Esalq-Log
(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz) para formular uma
proposta de resolução para a revisão da regulação da Política
Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.
A Esalq-Log foi contratada pela ANTT em janeiro de 2019, por dois anos, para revisar a metodologia de definição da tabela e atualizar seus valores mínimos.
A instituição estuda incluir na tabela uma nova categoria de carga (silo pressurizado) e uma remuneração especial para transporte de alto desempenho (carregamento e descarregamento em até três horas, por exemplo). Também avalia considerar gastos dos motoristas com pernoite e refeições, entre outros, como custo fixo.
"Esperamos essa efetivação da nossa Lei pelo STF no dia 19/2, para que se torne uma realidade na vida cotidiano do caminhoneiro", conta Litti.
Dignidade e sustento
O presidente da CNTTL, Paulo João Estausia, Paulinho, frisa que
é emergencial a aprovação. "Os caminhoneiros precisam
de um custo mínimo de frete, pois hoje temos o salário Mínimo, e
que por lei nenhum trabalhador deve receber menos, portanto, é um
direito do caminhoneiro receber o piso Mínimo de Frete, para que
ele possa trabalhar com dignidade e dar sustento para a sua
família. A fiscalização também é fundamental para que não tenhamos
problemas futuros com a saúde do caminhoneiro e com a segurança nas
estradas e com o meio ambiente", destaca.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL