divulgação Google
A Uber anunciou que deixará de operar na Colômbia a partir de fevereiro. A plataforma de transporte UBER oficializou sua decisão em mensagem no twitter depois que as autoridades colombianas ordenaram a suspensão imediata de seu serviço ao resolver um litígio entre a multinacional norte-americana e uma empresa ligada a uma companhia local de táxis.
A mensagem é acompanhada por uma ilustração com um veículo branco abandonando o mapa do país e a frase “seu Uber está indo embora da Colômbia”.
“Em cumprimento à surpreendente sentença da Superintendência de Indústria e Comércio (SIC) em 20 de dezembro, a partir das 0h de 1° de fevereiro de 2020 a Uber deixará de funcionar na Colômbia”, o “primeiro país do continente a fechar as portas a sua tecnologia”, afirmou a empresa em um comunicado divulgado em Bogotá.
Nessa decisão, a SIC afirma que a Uber, constantemente em confronto com o sindicato dos taxistas durante seus seis anos na Colômbia, “viola as normas que regulamentam o mercado, gera uma vantagem significativa e desvio da clientela”. A empresa disse no comunicado que considera que a decisão viola o devido processo assim como os direitos constitucionais na Colômbia, por isso a chamou de “arbitrária”.
A sentença contra a Uber por concorrência desleal e operação
irregular do serviço público individual de transporte, de primeira
instância e que teve o apelo da empresa, ocorreu após a Cotech SA,
que fornece tecnologias de comunicação a uma empresa colombiana de
táxis, processar a Uber Technologies, com sede nos Estados Unidos,
sua matriz na Colômbia e sua filial na Holanda.
A regulamentação colombiana apresenta vácuos, como se queixou a
Uber tempos atrás. Seu funcionamento como aplicativo digital é
permitido pelo Ministério de Tecnologias da Informação e das
Comunicações, mas a prestação de serviço de transporte é
considerada ilegal.
Apesar de sua saída, a empresa, de acordo com o comunicado, “está
utilizando todos os recursos legais para defender o direito de dois
milhões de usuários de escolher como se movimentam pelas cidades e
a oportunidade de 88.000 sócios motoristas registrados no
aplicativo de gerar ganhos adicionais para o sustento de suas
famílias”.
Na véspera, em uma carta enviada ao presidente Iván Duque, que se
mostrou um defensor dos empreendimentos digitais e das indústrias
criativas, a Uber manifestou sua intenção de processar o Estado
colombiano. A multinacional norte-americana alega que ao suspender
seu serviço, a Colômbia teria violado o Tratado de Livre Comércio
com os Estados Unidos.
Mobilizações contra UBER crescem na Argentina e
Brasil
Além dos taxistas colombianos, vêm crescendo as mobilizações contra
a precarização do trabalho das empresas de plataformas de
transporte na Argentina e no Brasil. Taxistas brasileiros e
argentinos têm denunciado em protestos que a concorrência é injusta
já que os motoristas da Uber não obedecem às regulamentações que os
taxistas são obrigados a seguir. O embate, que já era acirrado,
tomou proporções ainda maiores depois de um escândalo, em 2017,
quando a empresa teria tentado lucrar com a greve dos taxistas no
Rio de Janeiro.
Não apenas os taxistas estão defendendo seus direitos, mas as
empresas de ônibus da cidade de São Paulo estão preocupadas com a
concorrência com a Uber, em especial, com a modalidade “Uber
Juntos”, pela qual passageiros que não se conhecem compartilham o
carro, com pontos de embarque e desembarque definidos no momento da
solicitação do serviço.
As empresas de transportes disseram em entrevistas ao Diário
do Transporte que a UBER só têm licença para transporte individual
de passageiros e a modalidade coletiva configura “concorrência
predatória”.
Por outro lado, motoristas do aplicativo também vêm se organizando no sentido de denunciar a precarização e a exploração do trabalho. Filiado à CNTTL, o Sindmaap (Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transporte Privado Individual por Aplicativos) no Distrito Federal exige da Plataforma que eleve a porcentagem ganha pelos motoristas em cada corrida, de 10% para 25%. Hoje segundo o sindicato é o motorista tem que rodar no mínimo 14 horas por dia para pagar as contas.
Outras reivindicações são benefícios concedidos a taxistas, como a isenção de taxas como o Ipva (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o direito de trafegar nas faixas de ônibus.
Lutas locais de forma global
O pesquisador da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos
Sinos - Campus São Leopoldo), Rafael Grohman, em entrevista ao Nexo
Jornal adverte para a necessidade de criar novas maneiras de
resistência e organização em vez de seguir lógicas e métodos
“sindicalistas da década de 1980”.De acordo com ele, é preciso
levar em conta que trabalhadores de aplicativos são um grupo muito
heterogêneo e que as plataformas são empresas globais e
descentralizadas. Na sua opinião, “tem de ser um movimento
internacional, ligando lutas locais de forma global”.
Em maio de 2019, motoristas do Uber organizaram protestos nos
Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Brasil, entre outros
países. Condições de trabalho e baixos pagamentos eram as
principais pautas das manifestações, realizadas às vésperas da
empresa abrir seu capital na bolsa de valores de Nova York.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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