Governos de direita da Itália e do Brasil atacam aposentadoria dos trabalhadores

Governo de direita da Itália, admirado por Bolsonaro, reduz idade para aposentadoria, como prometeu na campanha, mas aumenta tempo de contribuição

Por: Rosely Rocha, CUT
Publicação: 15/02/2019
Imagem de Governos de direita da Itália e do Brasil atacam aposentadoria dos trabalhadores

Reprodução

Os ataques dos governos de extrema direita aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras estão ocorrendo em todo o mundo. No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro estuda a obrigatoriedade de trabalhadores e trabalhadoras se aposentarem somente aos 65 anos e acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, que atualmente é de 30 anos para as mulheres e 35 para os homens. Na Itália, o governo de extrema direita cumpriu promessa de campanha e reduziu a idade mínima para aposentadoria, mas aumentou em 18 anos o tempo de contribuição dos trabalhadores.  

Pela regra anterior, os italianos podiam se aposentar aos 67 anos com 20 de contribuição. Agora, eles podem se aposentar mais cedo, aos 62 anos, mas terão de contribuir por 38 anos.  Ou seja, trocaram cinco anos a menos na idade mínima, por 18 a mais no tempo de contribuição.

Com a desculpa em abrir novas vagas de trabalho para os jovens, o primeiro ministro Giuseppe Conte, implantou a reforma da Previdência, chamada "Quota 100”, que utiliza também o sistema de pontuação como já ocorre no Brasil com o sistema 86/96, que soma da idade com o tempo de contribuição. Em 2026, os trabalhadores terão de atingir 100 pontos.

Segundo Sergio Bassoli, diretor da CGIL, uma das mais importantes centrais sindicais da Itália, apesar do trabalhador poder optar se quer se aposentar aos 62 ou aos 67 anos, a “reforma não resolve os problemas das pensões, discrimina e não reconhece as diferentes formas de trabalho”, já que em muitas profissões é praticamente impossível trabalhar 38 anos seguidos.

Bassoli diz ainda que a redução da idade não atende as necessidades dos trabalhadores de meia idade. Lá como no Brasil, as empresas evitam contratar trabalhadores e trabalhadoras a partir dos 50 anos de idade.

“A situação mais difícil é das mulheres que não conseguem uma recolocação quando atingem os 50 anos”, diz o dirigente da CGIL.

Ele também afirma que a renda média dos 16 milhões de aposentados no país é insuficiente para cobrir suas necessidades básicas. Um aposentado recebe de benefício médio de $ 513 a $ 649 euros (R$ 2.169,99 e R$ 2.745,27, respectivamente – cotação do Euro em 13/02).

Já a renda mínima necessária para se viver dignamente, pelos cálculos da CGIL, é de $ 1.000 euros (R$ 4.230,00) – quase o valor do salário médio de um trabalhador italiano, $ 1.093 euros (R$ 4.623,35).

A simpatia de Bolsonaro pela extrema direita italiana

O primeiro ministro da Itália Giuseppe Conte foi indicado para o cargo após acordo entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga de extrema direita, partido do vice- primeiro ministro  Matteo Salvini, que também acumula o cargo de Ministro do Interior.

Assim como Jair Bolsonaro, Matteo Salvini, do partido Liga, de extrema direita, étambém conhecido por “Capitão, Il Capitano” e, também, por suas declarações racistas.

Salvini já apareceu cantando uma música ofensiva aos moradores de Nápoles e sugeriu que a população da cidade de Milão tivesse assento preferencial no transporte público contra a presença de imigrantes.

Bolsonaro e Salvini se aproximaram durante a campanha eleitoral no Brasil, para o segundo turno. O italiano felicitou Bolsonaro por ter “mandado a esquerda pra casa”, ao vencer a eleição presidencial.

Os dois também trocaram mensagens em redes sociais se felicitando mutuamente ao reafirmarem as alianças entre Brasil e Itália.

Entre tantos atos criticados por instituições humanitárias, o vice-ministro italiano proibiu que fossem resgatados 244 imigrantes no mar, e chamou de “desgraçados” os voluntários de ONGs que tentavam salvar os imigrantes líbios. Matteo Salvini advertiu que "as ONGs não pisarão nunca mais os portos italianos.

As ONGs Médicos sem Fronteiras e SOS Mediterranée também foram obrigadas a escoltar para fora dos portos italianos dois barcos com mais de 600 refugiados, não acolhidos pelo governo de extrema direita.



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