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O candidato a presidente Fernando Haddad (PT) desafiou o seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), a participar dos debates televisivos do segundo turno das eleições. "Ele precisa participar de debate. Estou disposto a ir até uma enfermaria debater com ele", afirmou, em entrevista a jornalistas estrangeiros nesta quarta-feira (10), referindo-se a possível alegação de seu oponente para não participar dos encontros. "O futuro do Brasil está em jogo, e ninguém pode chegar à Presidência sem dizer o que vai fazer com o país."
Haddad afirmou que "atitudes covardes de rede social" são impossíveis num debate face a face, em alusão à onda de notícias falsas – fake news – divulgada pelos seus apoiadores principalmente por meio do Whatsapp. Segundo ele, no segundo turno, as ditas fake news podem ter um peso menor, "se tiver debate".
"Vou na enfermaria em que ele estiver, não tem problema. Os brasileiros precisam saber a verdade sobre as coisas. Se tem fake news, vamos tratar como adultos. Não tenho problema com nenhum tema", afirmou Haddad, que classificou a boataria espalhada pelos apoiadores do seu adversário como "criancice", e prometeu inclusive moderar o tom em respeito ao estado convalescente do opositor.
Haddad disse recear que Bolsonaro busque "subterfúgios" para não debater. O primeiro debate do segundo turno, na TV Bandeirantes, está previsto para esta quinta (11), e ainda não há confirmação da participação de Bolsonaro, que há mais de um mês se recupera de um atentado que sofreu, em Juiz de Fora (MG).
Na coletiva, o candidato do PT destacou o apoio recebido de partidos progressistas como o Psol e o PSB, e disse estar em tratativas com o PDT de Ciro Gomes. Ele prometeu construir um arco de alianças ainda mais amplo com diversos setores da sociedade, para fazer a defesa de direitos civis, trabalhistas e humanos conquistados pelos trabalhadores e deter a "escalada de violência que o país está vivendo".
Ele destacou "manifestações inesperadas" em favor da democracia, como a ocorrida no show do ex-integrante da banda inglesa de rock Pink Floyd Roger Waters, nesta terça (9) em São Paulo, que exibiu no telão sobre o palco mensagens de alerta à onda fascista que ocorre em vários países do mundo, incluindo o Brasil, citando Bolsonaro expressamente.
Haddad afirmou ainda que seu governo não terá um banqueiro como ministro da Fazenda e que as propostas econômicas do assessor econômico de Bolsonaro, o banqueiro Paulo Guedes, representam o aprofundamento da agenda do governo Temer. "A política de Guedes é o Temer piorado. Nós vamos reverter essa política. Entendemos que a solução é aumentar o poder de compra das pessoas, não diminuir."
Ele disse ainda que o aumento do poder de compra deve vir da redução de carga tributária para quem ganha menos, com isenção de imposto de renda para aqueles que ganham até cinco salários mínimos, e também com a diminuição da taxa de juros cobradas pelos bancos. "Se não tomarmos essas duas providências, a economia não tem como retomar", afirmou o candidato, que prometeu ainda estimular o crescimento econômico a partir do investimento público, com a revogação da Emenda Constitucional 95, de congelamentos de gastos públicos.
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