Portuários da ativa, aposentados e pensionistas do Portus seguem mobilizados contra reajuste absurdo

Os mais de 10 mil trabalhadores estão realizando assembleias em todo o país; está prevista uma Greve Geral para barrar mudança no valor dos planos

Por: Vanessa Barboza, Redação CNTTL e agências
Publicação: 23/02/2018
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Trabalhadores lotam assembleia em Santos (Foto: Sindaport)

Os portuários da ativa, aposentados e pensionistas das companhias de Docas, que participam do fundo de pensão Portus, estão mobilizados contra o reajuste absurdo do percentual descontado dos participantes.

As mudanças, que deverão ser implementadas no dia 1º de abril, geraram revolta. O percentual descontado para o trabalhador da ativa de 9% passa 27,75% e dos assistidos de 10% para 28,77%. Além disso, para os assistidos que têm benefício de R$ 1.500, o desconto passará de R$ 150 para R$ 433,55.

“A proposta do interventor foi tão boa para as Patrocinadoras e para o Governo, ambos devedores do Instituto, que foi aprovada em tempo recorde. Desde que tomamos conhecimento, nos posicionamos oficialmente e também em reuniões com organismos do Governo no setor, de que não aceitaríamos mais essa imposição, até porque os trabalhadores não vão conseguir arcar com os aumentos. Não vamos permitir que esse absurdo caia na conta dos portuários”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP) e vice-presidente da CNTTL, Eduardo Guterra.

Para se ter uma noção do absurdo um participante que hoje contribui com R$ 1 mil para o Plano de Benefícios (PBP1), por exemplo, passará a pagar R$ 3 mil, caso a mudança entre em vigor. 

Assembleias e Greve Geral dos portuários 

Diante desse ataque foi definido um calendário de assembleias com os trabalhadores da ativa, aposentados  e pensionistas em todo o Brasil para definir um plano de lutas. A primeira assembleia aconteceu em Santos, nos dias 20 e 21 de fevereiro, no Sindaport e reuniu mais de 1000 trabalhadores. No dia 26 de fevereiro, é a vez de Fortaleza (CE) e  (26) e (27), em Vitória.

Já em março é a vez de Salvador, (1) e (2), Natal, (7) e (8), Maceió, (12), Belém, (14) e (15), Itajaí, (21), Rio de Janeiro, (19) e Recife nos dias (26) e (27).  

Após as assembleias está prevista uma Greve Geral de 48 horas, nos dias 3 e 4 de abril, da categoria portuária em todo país para barrar a alteração. 

Sobre o Portus

O Instituto de Seguridade Portus é uma entidade fechada, criada em 1979 pela extinta Portobrás, que na época era responsável pela administração dos portos brasileiros. O Portus foi criado com o objetivo de proporcionar aos trabalhadores portuários um complemento aos benefícios previdenciários.

Os problemas do Portus tiveram início em 1990, com a extinção da Portobrás. A dívida ficou rolando por vários anos. Desde agosto de 2011, o Portus está sob intervenção federal (interventor é nomeado pela União para auditoria técnica na entidade) para corrigir e sanear o Fundo, garantindo a preservação dos direitos dos usuários. A intervenção tem prorrogação garantida até 4 de março de 2018.

Os sindicatos dos portuários, filiados à Federação Nacional dos Portuários (FNP-CNTTL), seguem na luta contra o descaso do governo para com o Instituto de Seguridade Social dos portuários.

Em todo o país, o Portus tem cerca de 10 mil participantes divididos em ativos (1.659), aposentados (4.884) e pensionistas (3.455).

 



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